domingo, 27 de outubro de 2013

Carta do Bispo de Setúbal aos sacerdotes, diáconos, religiosas/os e fiéis leigos.

            

Caros irmãos em Jesus Cristo. 


            No início de um novo ano pastoral, é com alegria e esperança que me dirijo a todos vós. 

           Venho falar-vos do nosso projecto pastoral para o presente ano, que continua o programa do triénio 2010-2013: "Igreja de Setúbal, educa a fé de teus filhos - Oferecer uma iniciação cristã exigente e atractiva". É um programa ambicioso.

        Alegra-me o facto de ter vindo a aumentar, entre nós, o número de jovens e adultos que  pedem o Baptismo e o Crisma. Não podemos, porém, ficar apenas a aguardar que venham ter connosco e a acolhê-los bem. Como escrevi em 2001 na Exortação «Setúbal, convoco-te para a missão» “ Entre nós há imensa gente à espera de alguém que a conduza a Cristo, porque está cansada de viver, porque se põe mil perguntas, porque perdeu a esperança”(Nº 5). Há muitos baptizados que nunca fizeram a experiência do amor de Jesus ou que nunca fizeram uma catequese sistemática sobre os quatro pilares da fé cristã: o Credo, os Mandamentos, os Sacramentos e a oração do Pai Nosso, ou que não receberam o sacramento do Crisma. Temos de ir ter com essa gente boa que vive entre nós e a quem Deus quer introduzir no Seu amor e na Sua alegria.

          Além disso  “Quem se abriu ao amor de Deus, acolheu a sua voz e recebeu a sua luz, não pode guardar este dom para si mesmo” – escreve o Papa Francisco na encíclica “A Luz da Fé” (nº 37). Seria imperdoável manter escondido o tesouro da fé. Pelo contrário, crentes em Deus que é Amor, comuniquemos o Amor de Deus recebido. A evangelização é um acto de amor. É mesmo o melhor dom para  oferecer a alguém, porque o homem sem o amor de Deus é pobre, muito pobre.
                                                                                                                                                                          
            Que devemos fazer, então, caros irmãos, para anunciar o tesouro da fé cristã.?

         “Iniciar” (ou “educar”) na fé - além da recepção do Baptismo, do Crisma e da primeira Eucaristia - implica antes de mais a descoberta e o acolhimento, na comunhão da Igreja, de Jesus como o Filho de Deus que o Pai nos envia; implica ainda que se ajude aquele-que-começa-a-amar-Jesus a ser apoiado e acompanhado na obtenção da fé esclarecida, vivida, celebrada e testemunhada. Para tal é preciso criar nas comunidades a consciência da necessidade duma iniciação cristã de qualidade e preparar em cada paróquia pessoas e instrumentos capazes desta iniciação.

            Estejamos atentos, de modo especial, à necessidade de:

       Sensibilizar os adultos não crismados para o desejo de receber o Crisma e de fazer a preparação própria para acolher o dom do Espírito Santo que faz crescer a fé e a fortaleza nas provações e a participação entusiasta na vida e  na missão da Igreja;

        Envolver os pais na educação cristã dos filhos logo nos primeiros anos de vida -  e depois, na catequese -  ajudando-os a descobrir o Amor de Deus de modo especial no mistério maravilhoso da paternidade e da maternidade.

         Caros diocesanos, conto com cada um de vós para convidar alguém para ser crismado; para ajudar algum adulto a crescer na fé através duma boa formação de adultos; para ajudar alguns pais a inscrever os filhos na catequese e a envolver-se na nobre missão de lhes transmitir o tesouro da fé. E, independentemente do que ides fazer, peço que cada um de vós comece desde já a rezar o terço ou ao menos um mistério por estas intenções, até ao fim do ano. Pode ser?

           Contai com a minha oração para vos deixardes cativar pelo amor de Jesus pois que só quem está cativado pelo Seu amor será capaz de ajudar os outros a acolher o amor de Jesus Cristo.               
                                                                                                                       20/10/2013   

                                                                                                           +Gilberto,Bispo de Setúbal
  
           

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