segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cracóvia será a sede da proxima JMJ em 2016



A próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será sediada pela Cracóvia (Polônia), em 2016, cidade natal do beato João II. O anúncio foi feito pelo Papa Francisco na manhã deste domingo, 28, durante a Missa de Envio da JMJ Rio2013.

Terra natal do beato João Paulo II, Cracóvia é considerada a capital espiritual da Polônia. A vida espiritual da cidade iniciou muito antes de Karol Wojtyła. Já no ano 1000, a diocese de Cracóvia foi criada, e a cidade tornou-se um destino popular para peregrinações cristãs.

O país encontra-se no centro do continente europeu. Perto de Varsóvia é onde se localiza o centro geométrico da Europa, no qual se cruzam as linhas que unem os cabos Nordkinn (a Noruega) com Matapan (o Peloponeso, a Grécia) e o Cabo da Roca (Portugal) com a parte central dos Montes Urais. Pela Polônia passa também a fronteira continental entre a Europa Ocidental e a Europa Oriental.

Cracovia cidade do Beato João Pauulo II amigo dos jovens

28/07 - Despedida do Rio de Janeiro

Papa despede-se do Brasil:
"já estou sentindo saudades"



 

No seu discurso, dirigindo-se ao Vice-Presidente e às autoridades civis e religiosas presentes, o Papa disse que já começava a sentir saudades, “saudades do Brasil, deste povo tão grande e de grande coração; este povo tão amoroso. Saudades do sorriso aberto e sincero que vi em tantas pessoas, saudades do entusiasmo dos voluntários. Saudades da esperança no olhar dos jovens no Hospital São Francisco. Saudades da fé e da alegria em meio à adversidade dos moradores de Varginha. Tenho a certeza de que Cristo vive e está realmente presente no agir de tantos e tantos jovens e demais pessoas que encontrei nesta inesquecível semana. Obrigado pelo acolhimento e o calor da amizade que me foram demonstrados. Também disso começo a sentir saudades”.
Após, Francisco agradeceu a todos que fizeram com que estes dias se transformassem numa "celebração estupenda da nossa fé fecunda e jubilosa em Jesus Cristo”, recordando também “tantas pessoas que, no silêncio e na simplicidade, rezaram para que esta Jornada Mundial da Juventude fosse uma verdadeira experiência de crescimento na fé. Que Deus recompense a todos, como só Ele sabe fazer”.
Neste clima de gratidão e saudades, o Santo Padre pensou aos jovens, “protagonistas desse grande encontro”:
A partir do testemunho de alegria e de serviço de vocês, façam florescer a civilização do amor. Mostrem com a vida que vale a pena gastar-se por grandes ideais, valorizar a dignidade de cada ser humano, e apostar em Cristo e no seu Evangelho. Foi Ele que viemos buscar nestes dias, porque Ele nos buscou primeiro, Ele nos faz arder o coração para anunciar a Boa Nova nas grandes metrópoles e nos pequenos povoados, no campo e em todos os locais deste nosso vasto mundo. Continuarei a nutrir uma esperança imensa nos jovens do Brasil e do mundo inteiro: através deles, Cristo está preparando uma nova primavera em todo o mundo. Eu vi os primeiros resultados desta sementeira; outros rejubilarão com a rica colheita”!
O Papa dirigiu um pensamento final - sua “última expressão das saudades” - a Nossa Senhora Aparecida: “Naquele amado Santuário, ajoelhei-me em prece pela humanidade inteira e, de modo especial, por todos os brasileiros. Pedi a Maria que robusteça em vocês a fé cristã, que é parte da nobre alma do Brasil, como também de muitos outros países, tesouro de sua cultura, alento e força para construírem uma nova humanidade na concórdia e na solidariedade”.
“O Papa vai embora e lhes diz “até breve”, um “até breve” com saudades, e lhes pede, por favor, que não se esqueçam de rezar por ele. Este Papa precisa da oração de todos vocês. Um abraço para todos. Que Deus lhes abençoe!”.

28/07 - Missa de Envio

Papa Francisco na Missa de conclusão da JMJ Rio 2013:

"Ide, sem medo, servir"

 


"Mais de 3 milhões de pessoas, segundo estimativas, participaram da Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude Rio2013 presidida pelo Papa Francisco"

"o Papa Francisco centrou sua homilia no ‘discípulo e na missão’, refletindo sobre três pontos: ‘Ide’, ‘sem medo’ e ‘para servir’.
Na sua reflexão sobre o primeiro ponto, ‘ide’, Francisco observou que “a experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde”. “A fé - disse o Papa - é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história”.
O Papa ressaltou que “partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a você”:
É uma ordem sim; mas não nasce da vontade de domínio ou de poder, nasce da força do amor, do fato que Jesus foi quem veio primeiro para junto de nós e nos deu não somente um pouco de Si, mas se deu por inteiro, deu a sua vida para nos salvar e mostrar o amor e a misericórdia de Deus. Jesus não nos trata como escravos, mas como homens livres, amigos, como irmãos; e não somente nos envia, mas nos acompanha, está sempre junto de nós nesta missão de amor”.
“O Evangelho é para todos, não apenas para alguns”, disse Francisco, pois seu anúncio não tem fronteiras nem limites. ”Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor”, exortou.
“De forma especial – salientou - queria que este mandato de Cristo –‘Ide’ - ressoasse em vocês, jovens da Igreja na América Latina, comprometidos com a Missão Continental promovida pelos Bispos. O Brasil, a América Latina, o mundo precisa de Cristo! Este continente recebeu o anúncio do Evangelho, que marcou o seu caminho e produziu muito fruto", a crescentou:
Agora este anúncio é confiado também a vocês, para que ressoe com uma força renovada. A Igreja precisa de vocês, do entusiasmo, da criatividade e da alegria que lhes caracterizam! Um grande apóstolo do Brasil, o Bem-aventurado José de Anchieta, partiu em missão quando tinha apenas dezenove anos! Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido”.
Ao falar do segundo ponto, ‘sem medo’, o Santo Padre explicou que “quando vamos anunciar Cristo, Ele mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus prometeu: «Eu estou com vocês todos os dias» (Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus não nos deixa sozinhos, nunca lhes deixa sozinhos! Sempre acompanha a vocês”!
O Papa enfatizou que os missionários são enviados em grupo, e que os jovens devem sentir “a companhia de toda a Igreja e também a comunhão dos santos nesta missão”:
Jesus não chamou os Apóstolos para viver isolados, chamou-lhes para que formassem um grupo, uma comunidade. Queria dar uma palavra também a vocês, queridos sacerdotes, que concelebram comigo esta Eucaristia: vocês vieram acompanhando os seus jovens, e é uma coisa bela partilhar esta experiência de fé! Mas esta é uma etapa do caminho. Continuem acompanhando os jovens com generosidade e alegria, ajudem-lhes a se comprometer ativamente na Igreja; que eles nunca se sintam sozinhos”.
Neste ponto, Francisco agradeceu ‘de coração’, “às pastorais da juventude, aos movimentos e novas comunidades que acompanham os jovens. Tão criativos e audazes!”.

Referindo-se à leitura proclamada, o Papa explicou o último ponto de sua reflexão, ‘servir’. “Para anunciar Jesus, Paulo fez-se «escravo de todos»”. “Evangelizar afirmou - significa testemunhar pessoalmente o amor de Deus, significa superar os nossos egoísmos, significa servir, inclinando-nos para lavar os pés dos nossos irmãos, tal como fez Jesus”.
Ao concluir, Francisco disse que seguindo as três palavras, ‘Ide’, ‘sem medo’, ‘para servir’, os jovens experimentarão “que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe alegria”. E acrescentou, que ao retornarem às suas casas, não devem ter medo “de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho”:
Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês! Que Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, lhes acompanhe sempre com a sua ternura: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações»”.




domingo, 28 de julho de 2013

27/07 - Vigilia de Oração com os Jovens

Milhares na Vigília com Papa Francisco:

"o verdadeiro Campus Fidei é o coração de vocês"

(...)o Santo Padre dirigiu-se aos jovens, citando São Francisco de Assis: “Acabamos de recordar a história de São Francisco de Assis. Diante do Crucifixo, ele escuta a voz de Jesus que lhe diz: «Francisco, vai e repara a minha casa». E o jovem Francisco responde, com prontidão e generosidade, a esta chamada do Senhor: repara a minha casa. Mas qual casa? Aos poucos, ele percebe que não se tratava fazer de pedreiro para reparar um edifício feito de pedras, mas de dar a sua contribuição para a vida da Igreja; tratava-se de colocar-se ao serviço da Igreja, amando-a e trabalhando para que transparecesse nela sempre mais a Face de Cristo”.
E prossegue afirmando que também hoje “o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja, também hoje ele chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja, para serem missionários”. Então o Papa pergunta: como? Para responder, ele usa três imagens que ajudam a entender o significado de ser discípulo missionário: a primeira, o campo como lugar onde se semeia; a segunda, o campo como lugar de treinamento; e a terceira, o campo como canteiro de obras.
Para meditar sobre o ‘campo como lugar onde se semeia’, o Santo Padre faz uso da Parábola do Semeador e lembrando a necessidade de mudar o local da Vigília em função do mau-tempo, disse:
“Queridos jovens, isso significa que o verdadeiro Campus Fidei é o coração de cada um de vocês, é a vida de vocês. E é na vida de vocês que Jesus pede para entrar com a sua Palavra, com a sua presença. Por favor, deixem que Cristo e a sua Palavra entrem na vida de vocês, e nela possam germinar e crescer”.
Ao perguntar que tipo de terreno ‘somos ou queremos ser’, o Papa cita as diferentes situações na vida onde caem as sementes e não dão fruto, mas acrescenta:
Mas, hoje, tenho a certeza que a semente está caindo numa terra boa, sei que vocês querem ser um terreno bom, não querem ser cristãos pela metade, nem “engomadinhos”, nem cristãos de fachada, mas sim autênticos. Tenho a certeza que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade que se deixe arrastar pelas modas e as conveniências do momento. Sei que vocês apostam em algo grande, em escolhas definitivas que deem pleno sentido para a vida. Jesus é capaz de oferecer-lhes isto. Ele é o «caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6)! Confiemos n’Ele. Deixemo-nos guiar por Ele!”
Após, ao meditar sobre ‘o campo como lugar de treinamento’, diz que Jesus oferece algo muito superior que a Copa do Mundo:
Oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda e feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim: a vida eterna. Jesus, porém, nos pede que treinemos para estar “em forma”, para enfrentar, sem medo, todas as situações da vida, testemunhando a nossa fé. Como? Através do diálogo com Ele: a oração, que é diálogo diário com Deus que sempre nos escuta. através dos sacramentos, que fazem crescer em nós a sua presença e nos conformam com Cristo; através do amor fraterno, do saber escutar, do compreender, do perdoar, do acolher, do ajudar os demais, qualquer pessoa sem excluir nem marginalizar ninguém. Queridos jovens, que vocês sejam verdadeiros “atletas de Cristo””
O Papa prosseguiu então, meditando sobre ‘o campo como canteiro de obras’, dizendo que “quando o nosso coração é uma terra boa que acolhe a Palavra de Deus, quando se “sua a camisa” procurando viver como cristãos, nós experimentamos algo maravilhoso: nunca estamos sozinhos, fazemos parte de uma família de irmãos que percorrem o mesmo caminho; somos parte da Igreja, mais ainda, tornamo-nos construtores da Igreja e protagonistas da história” e acrescenta:
“Na Igreja de Jesus, nós somos as pedras vivas, e Jesus nos pede que construamos a sua Igreja; e não como uma capelinha, onde cabe somente um grupinho de pessoas. Jesus nos pede que a sua Igreja viva seja tão grande que possa acolher toda a humanidade, que seja casa para todos! Ele diz a mim, a você, a cada um: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações»! Nesta noite, respondamos-lhe: Sim, também eu quero ser uma pedra viva; juntos queremos edificar a Igreja de Jesus! Digamos juntos: Eu quero ir e ser construtor da Igreja de Cristo!”.
Neste ponto, o Para refere-se às manifestações de jovens que ocorrem em diversas partes do mundo, dizendo:
No coração jovem de vocês, existe o desejo de construir um mundo melhor. Acompanhei atentamente as notícias a respeito de muitos jovens que, em tantas partes do mundo, saíram pelas ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna. Mas, fica a pergunta: Por onde começar? Quais são os critérios para a construção de uma sociedade mais justa? Quando perguntaram a Madre Teresa de Calcutá o que devia mudar na Igreja, ela respondeu: você e eu!”.
Queridos amigos, não se esqueçam: Vocês são o campo da fé! Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor. Elevemos o olhar para Nossa Senhora. Ela nos ajuda a seguir Jesus, nos dá o exemplo com o seu “sim” a Deus: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra» (Lc 1,38). Também nós o dizemos a Deus, juntos com Maria: faça-se em mim segundo a Tua palavra. Assim seja!" (JE)

sábado, 27 de julho de 2013

27/7 - Papa Francisco com dirigentes brasileiros

Papa Francisco no Teatro Municipal: "entre a indiferença egoísta e o protesto violento existe uma opção sempre possível: o diálogo"

Ao começar seu discurso, Francisco fez diversas referências à cultura brasileira, dizendo que via nos presentes “a memória e a esperança: a memória do caminho e da consciência da Pátria e a esperança que esta, sempre à luz que irradia do Evangelho de Jesus Cristo, possa continuar a desenvolver-se no pleno respeito dos princípios éticos fundados na dignidade transcendente da pessoa”.
Ao destacar que todos aqueles que possuem um papel de responsabilidade em uma nação, “são chamados a enfrentar o futuro com os olhos calmos de quem sabe ver a verdade”, o Papa considerou três aspectos deste olhar: a originalidade de uma tradição cultural, a responsabilidade solidária para construir o futuro e o diálogo construtivo para encarar o presente.
Francisco salientou a necessidade de “valorizar a originalidade dinâmica que caracteriza a cultura brasileira, com sua extraordinária capacidade para integrar elementos diversos”, e que esta visão integral do homem e da vida em que está baseada a cultura brasileira “muito recebeu da seiva do Evangelho através da Igreja Católica: primeiramente a fé em Jesus Cristo, no amor de Deus e a fraternidade com o próximo. Mas a riqueza desta seiva deve ser plenamente valorizada! Ela pode fecundar um processo cultural fiel à identidade brasileira e construtor de um futuro melhor para todos”. E acrescentou:
Um processo que faz crescer a humanização integral e a cultura do encontro e do relacionamento cresçam é o modo cristão de promover o bem comum, a felicidade de viver. E aqui convergem a fé e a razão, a dimensão religiosa com os diversos aspectos da cultura humana: arte, ciência, trabalho, literatura...O cristianismo une transcendência e encarnação; sempre revitaliza o pensamento e a vida, frente a desilusão e o desencanto que invadem os corações e saltam para a rua”.
Após, Francisco refletiu sobre a responsabilidade social, que exige “um certo tipo de paradigma cultural e, consequentemente, de política”:
Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política e firmes nos valores éticos. O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir”.
“Quem detém uma função de guia – observou o Papa - deve ter objetivos muito concretos, e buscar os meios específicos para consegui-los. Pode haver, porém, o perigo da desilusão, da amargura, da indiferença, quando as aspirações não se cumprem”, advertiu.
E destacou que partindo da própria responsabilidade e do interesse pelo bem comum, “a liderança sabe escolher a mais justa entre as opções, sendo esta a forma para chegar ao centro dos males de uma sociedade e vencê-los com a ousadia de ações corajosas e livres”:
Esta compreensão da totalidade da realidade, observando, medindo, avaliando, para tomar decisões na hora presente, mas estendendo o olhar para o futuro, refletindo sobre as consequências de tais decisões. Quem atua responsavelmente, submete a própria ação aos direitos dos outros e ao juízo de Deus. Este sentido ético aparece, nos nossos dias, como um desafio histórico sem precedentes. Além da racionalidade científica e técnica, na atual situação, impõe-se o vínculo moral com uma responsabilidade social e profundamente solidária”.
O Papa completou sua reflexão com o terceiro ponto, indicando como fundamental para enfrentar o presente, “o diálogo construtivo”:
Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce, quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: cultura popular, cultura universitária, cultura juvenil, cultura artística e tecnológica, cultura econômica e cultura familiar e cultura da mídia. É impossível imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos”.
Neste ponto, o Santo Padre destaca que é fundamental a contribuição das grandes tradições religiosas, “que desempenham um papel fecundo de fermento da vida social e de animação da democracia. Favorável à pacífica convivência entre religiões diversas é a laicidade do Estado que, sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas expressões concretas”.
E ressaltou uma vez mais a necessidade do diálogo:
Quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo. A única maneira para uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer, a única maneira para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro; uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom. O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos. Só assim pode crescer o bom entendimento entre as culturas e as religiões, a estima de umas pelas outras livre de suposições gratuitas e no respeito pelos direitos de cada uma. Hoje, ou se aposta na cultura do encontro, ou todos perdem; percorrer a estrada justa torna o caminho fecundo e seguro”.
Após seu pronunciamento muito aplaudido, o Papa foi envolvido por um grupo de jovens da Corpo de Baile do Teatro Municipal. O Papa recebeu flores de uma criança e retribuiu as manifestações de afeto de todos com muito carinho. Após, foi saudado por diversas personalidades e recebeu um cocar de um grupo de indígenas, representando a cultura brasileira.(JE)

27/7 - Missa com os Bispos e Padres

Anunciar o Evangelho, promovendo a cultura do encontro: Papa, na Missa com milhares de Bispos e Padres, na Catedral do Rio

Na homilia, o Santo Padre apontou três linhas de orientação para todos os pastores da Igreja: “chamados por Deus – observou, para anunciar o Evangelho e promover corajosamente a cultura do encontro”. A propósito deste último ponto, observou: “Não renunciemos a este dom de Deus: a única família dos seus filhos. O encontro e o acolhimento de todos, a solidariedade e a fraternidade são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana. Temos de ser servidores da comunhão e da cultura do encontro. Permitam-me dizer: deveríamos ser quase obsessivos neste aspecto! Não queremos ser presunçosos, impondo as “nossas verdades”. O que nos guia é a certeza humilde e feliz de quem foi encontrado, alcançado e transformado pela Verdade que é Cristo, e não pode deixar de anunciá-la (cf. Lc 24, 13-35).

26/07 - Via Sacra com os Jovens

Na Via Sacra, Papa Francisco fala dos jovens que perderam a fé na Igreja pela incoerêcia de seus filhos e recorda das vítimas do incêndio em Santa Maria

Após a Via Sacra, o Papa Francisco dirigiu sua mensagem aos jovens, recordando que João Paulo II havia confiado a eles a cruz, dizendo: «Levai-a pelo mundo, como sinal do amor de Jesus pela humanidade e anunciai a todos que só em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção»”. E observou que “a Cruz percorreu todos os continentes e atravessou os mais variados mundos da existência humana, ficando quase que impregnada com as situações de vida de tantos jovens que a viram e carregaram”. E acrescentou:“Ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz de Jesus para sua própria vida. Nesta tarde, acompanhando o Senhor, queria que ressoassem três perguntas nos seus corações: O que vocês terão deixado na Cruz, queridos jovens brasileiros, nestes dois anos em que ela atravessou seu imenso País? E o que terá deixado a Cruz de Jesus em cada um de vocês? E, finalmente, o que esta Cruz ensina para a nossa vida?
Após, o Papa falou sobre uma antiga tradição da Igreja de Roma que relata uma situação vivida por Pedro com Jesus, que o fez entender, que “ele devia seguir o Senhor com coragem até o fim, e que aquele Jesus - que o amara até o ponto de morrer na Cruz - estava sempre com ele”. E acrescentou que “Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos”:
Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; com a Cruz Jesus se une às famílias que passam por dificuldades pela trágica perda de seus filhos, como no caso dos 242 jovens vítimas do incêndio em Santa Maria no início do ano. Rezemos por eles! Com a Cruz, Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que, por outro lado, se dá ao luxo de todos os dias jogar fora toneladas de comida; pela cruz Jesus se une aos pais que vêem seus filhos presos nos paraísos artificiais da droga; nela Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho. Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida”.
“E assim – diz o Papa - podemos responder à segunda pergunta: o que foi que a Cruz deixou naqueles que a viram, naqueles que a tocaram? O que deixa em cada um de nós?”.
“Ela deixa um bem que ninguém mais pode nos dar: a certeza do amor inabalável de Deus por nós. Um amor tão grande que entra no nosso pecado e o perdoa, entra no nosso sofrimento e nos dá a força para poder levá-lo, entra também na morte para derrotá-la e nos salvar. Na Cruz de Cristo, está todo o amor de Deus, a sua imensa misericórdia”. E diz aos jovens:
Queridos jovens, confiemos em Jesus, abandonemo-nos totalmente a Ele! Só em Cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a Cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida”.
Francisco observou então, que o primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de ‘Terra de Santa Cruz’. “A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e não só: o Cristo sofredor, sentimo-lo próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não venha compartilhar conosco”. E acrescentou:
Mas a Cruz de Cristo também nos convida a deixar-nos contagiar por este amor; ensina-nos, pois, a olhar sempre para o outro com misericórdia e amor, sobretudo quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto; ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro destas pessoas e lhes estender a mão. Tantos rostos acompanharam Jesus no seu caminho até a Cruz: Pilatos, o Cireneu, Maria, as mulheres... Também nós diante dos demais podemos ser como Pilatos que não teve a coragem de ir contra a corrente para salvar a vida de Jesus, lavando-se as mãos”.
“Queridos amigos – disse o Papa – a Cruz de Cristo nos ensina a ser como o Cireneu, que ajuda Jesus levar aquele madeiro pesado, como Maria e as outras mulheres, que não tiveram medo de acompanhar Jesus até o final, com amor, com ternura. E você como é? Como Pilatos, como o Cireneu, como Maria?”, perguntou.
E conclui, dizendo que devemos levar as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a Cruz de Cristo, pois alí “encontraremos um Coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor.”
Na conclusão do encontro, foi rezado um Pai Nosso e o Santo Padre concedeu a sua bênção a todos, transferindo-se a seguir para a residência em Sumaré.
Eis uma síntese das meditações em cada Estação:
Na 1ª estação, rezou-se pelos jovens inocentes que “todos os dias são condenados à morte pela pobreza, pela violência e por todo tipo de consequências do pecado”.
O “jovem convertido” que quer ser “instrumento” do amor de Deus esteve presente na 2ª estação, e na 3ª foram evocadas as preces do “voluntário de uma comunidade de recuperação” que quer ser o Bom Samaritano que “para além dos discursos, tem coragem de levantar quem está caído à beira do caminho e cuidar de suas feridas”.
A quarta estação – “Jesus encontra a sua mãe aflita” – recordou as dores das mães que sentem o sofrimento dos seus filhos: “É uma comunhão redentora”.
Na 5ª estação, os “seminaristas” chamados ao sacerdócio, também estiveram presentes com as suas orações e preocupações em serem “um bom pastor”.
Na 6ª estação, a consagrada ao “serviço do irmão” pediu forças, pois encontra “nas vias-sacras da vida tantas vítimas de uma «cultura de morte»”.
Os casais de namorados, que pretendem “construir uma família pelos fundamentos e não pelo telhado”, foram recordados na 7ª estação.
O sofrimento das mulheres, cuja “vocação” é “do berço até à cruz” está presente na oitava estação e os “estudantes” são recordados na estação onde “Jesus cai pela terceira vez”: “O conhecimento e a ciência encantam-me, mas muitas vezes seduzem-me e até induzem-me a imaginar que não preciso de ti”.
A Via Sacra não esqueceu das redes sociais e da ‘geração que nasceu conectada por meio da internet”. Na 10ª Estação, é pedido “que a tua graça nos ensine os caminhos para evangelizar o «continente digital» e nos deixe atentos à possível dependência ou confusão entre o real e o virtual”, é o pedido da 10ª estação.
Na 11ª estação são lembrados os “milhões” de jovens presidiários, na 12ª os jovens com doenças terminais e na 13ª os jovens “deficientes auditivos”: “Existem momentos em que o silêncio e a contemplação falam muito mais”.
Na 14ª e última estação, foram recordados os jovens de todas as regiões do globo.



sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Paroquia do Seixal esteve presente na LusoFÉsta nas JMJ

26/07 - Angelus

Papa no Angelus: 

Os avós são importantes na vida da família, comunicam o patrimônio de humanidade e fé



Caríssimos irmãos e amigos!
Bom dia!
Dou graças à divina Providência por ter guiado meus passos até aqui, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Agradeço de coração sincero a Dom Orani e também a vocês pelo acolhimento caloroso, com que manifestam seu carinho pelo Sucessor de Pedro. Desejaria que a minha passagem por esta cidade do Rio renovasse em todos o amor a Cristo e à Igreja, a alegria de estar unidos a Ele e de pertencer a Igreja e o compromisso de viver e testemunhar a fé.
Uma belíssima expressão da fé do povo é a “Hora da Ave Maria”. É uma oração simples que se reza nos três momentos característicos da jornada que marcam o ritmo da nossa atividade quotidiana: de manhã, ao meio-dia e ao anoitecer. É, porém, uma oração importante; convido a todos a rezá-la com a Ave Maria. Lembra-nos um acontecimento luminoso que transformou a história: a Encarnação, o Filho de Deus que se fez homem em Jesus de Nazaré.
Hoje a Igreja celebra os pais da Virgem Maria, os avós de Jesus: São Joaquim e Sant’Ana. Na casa deles, veio ao mundo Maria, trazendo consigo aquele mistério extraordinário da Imaculada Conceição; na casa deles, cresceu, acompanhada pelo seu amor e pela sua fé; na casa deles, aprendeu a escutar o Senhor e seguir a sua vontade. São Joaquim e Sant’Ana fazem parte de uma longa corrente que transmitiu a fé o amor a Deus, no calor da família, até Maria, que acolheu em seu seio o Filho de Deus e o ofereceu ao mundo, ofereceu-o a nós. Vemos aqui o valor precioso da família como lugar privilegiado para transmitir a fé! Olhando para o ambiente familiar, queria destacar uma coisa: hoje, na festa de São Joaquim e Sant’Ana, no Brasil como em outros países, se celebra a festa dos avós. Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade! E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família. O Documento de Aparecida nos recorda: “Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão por adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas” (DAp 447). Esta relação, este diálogo entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado e alimentado! Nesta Jornada Mundial da Juventude, os jovens querem saudar os avós. Eles saúdam os seus avós com muito carinho, aos avós, saudamos aos avós, eles os jovens agradecem os avós com muito carinho e lhes agradecem pelo testemunho de sabedoria que nos oferecem continuamente.
E agora, nesta praça, nas ruas adjacentes, nas casas que acompanham conosco este momento de oração, sintamo-nos como uma única grande família e nos dirijamos a Maria para que guarde as nossas famílias, faça delas lares de fé e de amor, onde se sinta a presença do seu Filho Jesus

25/07 - Celebração de boas vindas com os jovens

Papa participa na festa de acolhimento na praia de Copacabana




(Vatican.va)
Saudação

Queridos jovens,
Boa tarde!
Primeiramente quero lhes agradecer pelo testemunho de fé que vocês estão dando ao mundo. Sempre ouvi dizer que as cariocas não gostam do frio e da chuva, mas vocês estão mostrando que a fé de vocês é mais forte que o frio e a chuva. Parabéns. Vocês são verdadeiros heróis! Vejo em vocês a beleza do rosto jovem de Cristo e meu coração se enche de alegria! Lembro-me da primeira Jornada Mundial da Juventude a nível internacional.  Foi celebrada em 1987 na Argentina, na minha cidade de Buenos Aires. Guardo vivas na memória estas palavras do Bem-aventurado João PauloII  aos jovens: «Tenho muita esperança em vocês! Espero, sobretudo, que renovem a fidelidade de vocês a Jesus Cristo e à sua cruz redentora» (Discurso aos jovens (11 de abril de 1987): Insegnamenti, X/1 (1987), 1261).
[En español:]
Antes de continuar, quisiera recordar el trágico accidente en la Guyana francesa, que sufrieron los jóvenes que venían a esta Jornada, allí perdió la vida la joven Sophie Morinière, y otros jóvenes resultaron heridos.
        Los invito a hacer un instante de silencio y de oración a Dios, nuestro Padre, por Sophie, los heridos y sus familiares.
Este año, la Jornada  vuelve, por segunda vez, a América Latina. Y ustedes, jóvenes, han respondido en gran número a la invitación de Benedicto XVI, que los ha convocado para celebrarla. A él se lo agradecemos de todo corazón. Y a él, que nos convocó hoy aquí, le enviamos un saludo y un fuerte aplauso. Ustedes saben que, antes de venir a Brasil, estuve charlando con él. Y le pedí que me acompañara en el viaje, con la oración. Y me dijo: los acompaño con la oración, y estaré junto al televisor. Así que ahora nos está viendo. Mi mirada se extiende sobre esta gran muchedumbre: ¡Son ustedes tantos! Llegados de todos los continentes. Distantes, a veces no sólo geográficamente, sino también desde el punto de vista existencial, cultural, social, humano. Pero hoy están aquí, o más bien, hoy estamos aquí, juntos, unidos para compartir la fe y la alegría del encuentro con Cristo, de ser sus discípulos. Esta semana, Río se convierte en el centro de la Iglesia, en su corazón vivo y joven, porque ustedes han respondido con generosidad y entusiasmo a la invitación que Jesús les ha hecho para estar con él, para ser sus amigos.
El tren de esta Jornada Mundial de la Juventud ha venido de lejos y ha atravesado la Nación brasileña siguiendo las etapas del proyecto “Bota fe -  Poned fe”. Hoy ha llegado a Río de Janeiro. Desde el Corcovado, el Cristo Redentor nos abraza y nos bendice. Viendo este mar, la playa y a todos ustedes, me viene a la mente el momento en que Jesús llamó a sus primeros discípulos a orillas del lago de Tiberíades. Hoy Jesús nos sigue preguntando: ¿Querés ser mi discípulo? ¿Querés ser mi amigo? ¿Querés ser testigo del Evangelio? En el corazón del Año de la fe, estas preguntas nos invitan a renovar nuestro compromiso cristiano. Sus familias y comunidades locales les han transmitido el gran don de la fe. Cristo ha crecido en ustedes. Hoy quiere venir aquí para confirmarlos en esta fe, la fe en Cristo vivo que habita en ustedes, pero he venido yo también para ser confirmado por el entusiasmo de la fe de ustedes. Ustedes saben que en la vida de un obispo hay tantos problemas que piden ser solucionados. Y con estos problemas y dificultades, la fe del obispo puede entristecerse, Qué feo es un obispo triste. Qué feo, que es. Para que mi fe no sea triste he venido aquí para contagiarme con el entusiasmo de ustedes.
Los saludo con cariño. A ustedes aquí presentes, venidos de los cinco continentes y, a través de ustedes, saludo a todos los jóvenes del mundo, en particular a aquellos que querían venir a Río de Janeiro, y no han podido. A los que nos siguen por medio de la radio, y la televisión e internet, a todos les digo: ¡Bienvenidos a esta fiesta de la fe! En diversas partes del mundo, muchos jóvenes están reunidos ahora para vivir juntos con nosotros este momento: sintámonos unidos  unos a otros en la alegría, en la amistad, en la fe. Y tengan certeza de que mi corazón los abraza a todos con afecto universal. Porque lo más importante hoy es ésta reunión de ustedes y la reunión de todos los jóvenes que nos están siguiendo a través de los medios. ¡El Cristo Redentor, desde la cima del monte Corcovado, los acoge y los abraza en esta bellísima ciudad de Río!
Un saludo particular al Presidente del Pontificio Consejo para los Laicos, el querido e incansable Cardenal Stanislaw Rilko, y a cuantos colaboran con él.  Agradezco a Monseñor Orani João Tempesta, Arzobispo de São Sebastião do Río de Janeiro, la cordial acogida que me ha dispensado, además quiero decir aquí que los cariocas saben recibir bien, saben dar una gran acogida, y agradecerle el gran trabajo para realizar esta Jornada Mundial de la Juventud, junto a sus obispos auxiliares, con las diversas diócesis de este inmenso Brasil. Mi agradecimiento también se dirige a todas las autoridades nacionales, estatales y locales, y a cuantos han contribuido para hacer posible este momento único de celebración de la unidad, de la fe y de la fraternidad. Gracias a los Hermanos Obispos, a los sacerdotes, a los seminaristas, a las personas consagradas y a los fieles laicos que acompañan a los jóvenes, desde diversas partes de nuestro planeta, en su peregrinación hacia Jesús. A todos y a cada uno, un abrazo afectuoso en Jesús y con Jesús.
[En portugués:]
Irmãos e amigos, bem-vindos à vigésima oitava Jornada Mundial da Juventude, nesta cidade maravilhosa do Rio de Janeiro!

Homilia


“«É bom estarmos aqui!»: exclamou Pedro, depois de ter visto o Senhor Jesus transfigurado, revestido de glória. Queremos também nós repetir estas palavras? Penso que sim, porque para todos nós, hoje, é bom estar aqui juntos unidos em torno de Jesus! É Ele que nos acolhe e se faz presente em meio a nós, aqui no Rio. Mas, no Evangelho, escutamos também as palavras de Deus Pai: «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-O!» (Lc 9, 35). Então, se por um lado é Jesus quem nos acolhe, por outro também nós devemos acolhê-lo, ficar à escuta da sua palavra, pois é justamente acolhendo a Jesus Cristo, Palavra encarnada, que o Espírito Santo nos transforma, ilumina o caminho do futuro e faz crescer em nós as asas da esperança para caminharmos com alegria (cf. Carta enc. Lumen fidei, 7).
Mas o que podemos fazer? «Bote fé». A cruz da Jornada Mundial da Juventude peregrinou através do Brasil inteiro com este apelo. «Bote fé»: o que significa? Quando se prepara um bom prato e vê que falta o sal, você então "bota" o sal; falta o azeite, então «bota» o azeite... «Botar», ou seja, colocar, derramar. É assim também na nossa vida, queridos jovens: se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: «bote fé» e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; «bote esperança» e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; «bote amor» e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. «Bote fé», «bote esperança», «bote amor»!
Mas quem pode nos dar tudo isso? No Evangelho, escutamos a resposta: Cristo. «Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-O»! Jesus é Aquele que nos traz a Deus e que nos leva a Deus; com Ele toda a nossa vida se transforma, se renova e nós podemos olhar a realidade com novos olhos, «a partir da perspectiva de Jesus e com os seus olhos» (Carta enc. Lumen fidei, 18). Por isso, hoje, lhes digo com força: «Bote Cristo» na sua vida, e você encontrará um amigo em quem sempre confiar; «bote Cristo», e você verá crescer as asas da esperança para percorrer com alegria o caminho do futuro; «bote Cristo» e a sua vida ficará cheia do seu amor, será uma vida fecunda.
Hoje, queria que nos perguntássemos com sinceridade: em quem depositamos a nossa confiança? Em nós mesmos, nas coisas, ou em Jesus? Sentimo-nos tentados a colocar a nós mesmos no centro, a crer que somos somente nós que construímos a nossa vida, ou que ela se encha de felicidade com o possuir, com o dinheiro, com o poder. Mas não é assim! É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz, mas, no fim de contas, são eles que nos possuem e nos levam a querer ter sempre mais, a nunca estar saciados. «Bote Cristo» na sua vida, deposite n’Ele a sua confiança e você nunca se decepcionará! Vejam, queridos amigos, a fé realiza na nossa vida uma revolução que podíamos chamar copernicana, porque nos tira do centro e o restitui a Deus; a fé nos imerge no seu amor que nos dá segurança, força, esperança. Aparentemente não muda nada, mas, no mais íntimo de nós mesmos, tudo muda. No nosso coração, habita a paz, a mansidão, a ternura, a coragem, a serenidade e a alegria, que são os frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22) e a nossa existência se transforma, o nosso modo de pensar e agir se renova, torna-se o modo de pensar e de agir de Jesus, de Deus. No Ano da Fé, esta Jornada Mundial da Juventude é justamente um dom que nos é oferecido para ficarmos ainda mais perto de Jesus, para ser seus discípulos e seus missionários, para deixar que Ele renove a nossa vida.
Querido jovem: «bote Cristo» na sua vida. Nestes dias, Ele lhe espera na Palavra; escute-O com atenção e o seu coração será inflamado pela sua presença; «Bote Cristo: Ele lhe acolhe no Sacramento do perdão, para curar, com a sua misericórdia, as feridas do pecado. Não tenham medo de pedir perdão a Deus. Ele nunca se cansa de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia! «Bote Cristo: Ele lhe espera no encontro com a sua Carne na Eucaristia, Sacramento da sua presença, do seu sacrifício de amor, e na humanidade de tantos jovens que vão lhe enriquecer com a sua amizade, lhe encorajar com o seu testemunho de fé, lhe ensinar a linguagem da caridade, da bondade, do serviço. Você também, querido jovem, pode ser uma testemunha jubilosa do seu amor, uma testemunha corajosa do seu Evangelho para levar a este nosso mundo um pouco de luz.
«É bom estarmos aqui», botando Cristo na nossa vida, botando a fé, a esperança, o amor que Ele nos dá. Queridos amigos, nesta celebração acolhemos a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Com Maria, queremos ser discípulos e missionários. Como Ela, queremos dizer «sim» a Deus. Peçamos ao seu coração de mãe que interceda por nós, para que os nossos corações estejam disponíveis para amar a Jesus e fazê-lo amar. Ele está esperando por nós e conta conosco! Amém”.

25/07 - Encontro com os jovens Argentinos


Não cedais à "eutanásia cultural" que exclui os mais novos
Papa Francisco aos jovens argentinos

 
Momento intenso vivido foi, ontem ao fim da manhã, na catedral do Rio de Janeiro, o encontro do Papa com os muitos milhares de jovens argentinos vindos para a JMJ. O Papa falou naturalmente em espanhol. Eis a tradução integral das suas palavras:
"Obrigado por estarem aqui hoje, por terem vindo. Obrigado aos que estão aqui dentro e muito obrigado aos que estão lá fora. Aos 30 mil, me dizem, que estão aí fora. Daqui saúdo vocês que estão embaixo da chuva. Obrigado pelo gesto, obrigado por estarem próximos, por terem vindo à Jornada Mundial da Juventude. Sugeri ao doutor Gasbarri - que é quem organiza a minha viagem - se teria um lugar onde pudesse me encontrar com vocês, e em meio dia já tinha tudo preparado. Assim, quero agradecer publicamente ao doutor Gasbarri por isso que conseguiu hoje.
"Queria dizer uma coisa que é aquilo que espero, como consequência da Jornada Mundial da Juventude. Espero barulho, que façamos barulho aqui no Rio, quero barulho nas dioceses, quero que saiam por aí afora, quero que a Igreja saia às ruas. Quero que nos defendamos de tudo que seja mundano, instalação do que seja comodidade, do que seja clericalismo, do que seja estarmos fechados em nós mesmos. As paróquias, os colégios, são para sair e se não saem se convertem em uma ONG e a Igreja não pode ser uma ONG. Que me perdoem os bispos e os sacerdotes se depois alguns vão incomodar vocês. É um conselho.
"Obrigado pelo que podem fazer. Olha, eu penso que neste momento, essa civilização mundial está com um parafuso a menos, está com um parafuso a menos. Tal é o culto que faz ao deus dinheiro que estamos presenciando uma filosofia e uma práxis de exclusão dos rumos da vida que são as promessas. Certo, por quê?
Se poderia pensar que poderia haver uma espécie de eutanásia escondida, isso é dizer que não se cuida dos anciãos, mas também é uma eutanásia cultural, não se os deixa falar, não se os deixa atuar. E exclusão dos jovens, a percentagem que há de jovens sem trabalho, sem emprego, é muito alta, e é uma generação que não tem a experiência da dignidade ganhada pelo trabalho. Ou seja, esta civilização nos levou a excluir as balizas que são o nosso futuro. Então, os jovens tem que sair, tem que se fazer valer, os jovens que tem sair e lutar pelos valores, a lutar por estes valores e os anciãos abram a boca, os idosos abram a boca, ensinai-nos e transmitai-nos a sabedoria dos povos.
"No povo argentino, eu peço de coração aos idosos, não claudiquem em ser a reserva cultural de nosso povo que transmite a justiça, que transmite a história, que transmite os valores, que transmite a memória do povo. E vocês, por favor, não se coloquem contra os idosos, deixem-os falar, escutem-os e levem adiante. Mas saibam que neste momento, vocês, os jovens e os anciãos estão condenados ao mesmo destino, exclusão, mas não se deixem excluir, está claro?
"Por isso acredito que tenham que trabalhar. E a fé em Jesus Cristo não é enrolação, é algo muito sério. É um escândalo que Deus se tenha feito um de nós, é um escândalo, e que tenha morrido numa cruz, é um escândalo. O escândalo da cruz. A cruz segue sendo um escândalo, mas é o único caminho seguro, aquele da cruz, aquele de Jesus, a encarnação de Jesus.
"Por favor, não liquefaçam a fé em Jesus Cristo. Ela foi liquefeita com laranjas, foi liquefeita com maçã, foi liquefeita com banana, mas por favor, não tomem essa fé de liquidificador. A fé é inteira e não se liquefaz. É a fé em Jesus. É a fé no Filho de Deus feito homem, que me amou e morreu por mim. Então, façam barulho. Cuidem dos extremos da população que são os idosos e os jovens, não se deixem excluir e que não excluam os idosos e não liquefaçam a fé em Jesus Cristo. As bem-aventuranças. O que temos que fazer, Pai? Olha, leia as bem-aventuranças que te farão bem. E se queres saber que coisa prática tens que fazer, leia Mateus 25, que é o protocolo com o qual nos julgarão. Com essas duas coisas vocês tem o plano de ação. As bem-aventuranças e Mateus 25. Não é preciso ler mais nada. É o que peço a vocês de todo o coração. Agradeço a todos por essa proximidade.
É" uma lástima que estejam enjaulados, mas digo uma coisa a vocês. Eu, por momentos, sinto: que feio é estar enjaulados. Se confesso de coração, compreendo vocês. Queria ter podido estar mais perto de vocês mas compreendo que, por razão de ordem, não se pode.
"Obrigado por estarem perto, obrigado por rezarem por mim, se os peço de coração, necessito, necessito da oração de vocês, necessito muito. Obrigado por isso. E, bem, vou dar a vocês a bênção e depois vamos abençoar a imagem de Nossa Senhora que vai peregrinar por toda Argentina, e a cruz de São Francisco, que vai peregrinar em missão. Mas não se esqueçam, façam barulho, cuidem dos extremos da vida, os dois extremos da história dos povos que são os idosos e os jovens, e não liquefaçam a fé. E agora vamos rezar, para abençoar a imagem de Nossa Senhora e depois abençoar vocês.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

25/07 - Visita à Comunidade da Varginha

Papa em visita à comunidade de Varginha:
promover solidariedade, justiça social e dimensão espiritual


“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!Que bom poder estar com vocês aqui! Desde o início, quando planejava a minha visita ao Brasil, o meu desejo era poder visitar todos os bairros deste País. Queria bater em cada porta, dizer “bom dia”, pedir um copo de água fresca, beber um "cafezinho", não um copo de cachaça, falar como a amigos de casa, ouvir o coração de cada um, dos pais, dos filhos, dos avós... Mas o Brasil é tão grande! Não é possível bater em todas as portas! Então escolhi vir aqui, visitar a Comunidade de vocês que hoje representa todos os bairros do Brasil. Como é bom ser bem acolhido, com amor, generosidade, alegria! Basta ver como vocês decoraram as ruas da Comunidade; isso é também um sinal do carinho que nasce do coração de vocês, do coração dos brasileiros, que está em festa! Muito obrigado a cada um de vocês pela linda acolhida! Agradeço ao casal Rangler e Joana pelas suas belas palavras.


1. Desde o primeiro instante em que toquei as terras brasileiras e também aqui junto de vocês, me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais bonito que qualquer enfeite ou decoração. Isso é assim porque quando somos generosos acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela – um pouco de comida, um lugar na nossa casa, o nosso tempo - não ficamos mais pobres, mas enriquecemos. Sei bem que quando alguém que precisa comer bate na sua porta, vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida: como diz o ditado, sempre se pode “colocar mais água no feijão”! Se pode “colocar mais água no feijão”? Sempre! E vocês fazem isto com amor, mostrando que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração!E povo brasileiro, sobretudo as pessoas mais simples, pode dar para o mundo uma grande lição de solidariedade, que é uma palavra, esta, solidariedade, e frequentemente esquecida ou silenciada, porque é incômoda. Quase parece um palavrão. Solidariedade. Queria lançar um apelo a todos os que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo! Cada um, na medida das próprias possibilidades e responsabilidades, saiba dar a sua contribuição para acabar com tantas injustiças sociais! Não é, não é a cultura do egoísmo, do individualismo, que frequentemente regula a nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um mundo mais habitável, não é, mas sim a cultura da solidariedade; a cultura da solidariedade, ver no outro não um concorrente ou um número, mas um irmão, e todos nós somos irmãos.
Quero encorajar os esforços que a sociedade brasileira tem feito para integrar todas as partes do seu corpo, incluindo as mais sofridas e necessitadas, através do combate à fome e à miséria. Nenhum esforço de “pacificação” será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma. Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma; antes, perde algo de essencial para si mesma. Não deixemos, não deixemos, entrar no nosso coração a cultura do descartável. Não deixemos entrar no nosso coração a cultura do descartável. Porque nós somos irmãos. Ninguém é descartável.
Lembremo-nos sempre: somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade; tudo aquilo que se compartilha se multiplica! Pensemos na multiplicação dos pães de Jesus. A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados, quem não tem outra coisa senão a sua pobreza!

2. Queria dizer-lhes também que a Igreja, «advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que clamam ao céu» (Documento de Aparecida, 395), a Igreja deseja oferecer a sua colaboração em todas as iniciativas que signifiquem um autêntico desenvolvimento do homem todo e de todo o homem. Queridos amigos, certamente é necessário dar o pão a quem tem fome; é um ato de justiça. Mas existe também uma fome mais profunda, a fome de uma felicidade que só Deus pode saciar. Fome de dignidade. Não existe verdadeira promoção do bem-comum, nem verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação, os seus bens imateriais: a vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação social; a educação integral, que não se reduz a uma simples transmissão de informações com o fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão espiritual, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.
3. Queria dizer uma última coisa., uma última coisa. Aqui, como em todo o Brasil, há muitos jovens. Vocês, eh, jovens, vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo com o bem. A Igreja está ao lado de vocês, trazendo-lhes o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que veio «para que todos tenham vida, e vida em abundância» (Jo 10,10). Hoje a todos vocês, especialmente aos moradores dessa Comunidade de Varginha, quero dizer: Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o Papa está com vocês. Levo a cada um no meu coração e faço minhas as intenções que vocês carregam no seu íntimo: os agradecimentos pelas alegrias, os pedidos de ajuda nas dificuldades, o desejo de consolação nos momentos de tristeza e sofrimento. Tudo isso confio à intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Mãe de todos os pobres do Brasil, e com grande carinho lhes concedo a minha Bênção. Obrigado.

24/7 - Papa visita Hospital São Francisco, que acolhe dependentes químicos

(...)“É bem conhecida a conversão do Santo Patrono de vocês: o jovem Francisco abandona riquezas e comodidades do mundo para fazer-se pobre no meio dos pobres, entende que não são as coisas, o ter, os ídolos do mundo a verdadeira riqueza e que estes não dão a verdadeira alegria, mas sim seguir a Cristo e servir aos demais; mas talvez seja menos conhecido o momento em que tudo isto se tornou concreto na sua vida: foi quando abraçou um leproso. Aquele irmão sofredor foi «mediador de luz (…) para São Francisco de Assis» (Carta enc. Lumen fidei, 57), porque, em cada irmão e irmã em dificuldade, nós abraçamos a carne sofredora de Cristo. Hoje, neste lugar de luta contra a dependência química, quero abraçar a cada um e cada uma de vocês - vocês que são a carne de Cristo – e pedir a Deus que encha de sentido e de esperança segura o caminho de vocês e também o meu”.(...)

(...)“Você pode se levantar, pode subir; é exigente, mas é possível se você o quiser. Queridos amigos, queria dizer a cada um de vocês, mas sobretudo a tantas outras pessoas que ainda não tiveram a coragem de empreender o mesmo caminho de vocês: Você é o protagonista da subida; esta é a condição imprescindível! Você encontrará a mão estendida de quem quer lhe ajudar, mas ninguém pode fazer a subida no seu lugar. Mas vocês nunca estão sozinhos! A Igreja e muitas pessoas estão solidárias com vocês. Olhem para frente com confiança; a travessia é longa e cansativa, mas olhem para frente, existe «um futuro certo, que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias». A vocês todos quero repetir: Não deixem que lhes roubem a esperança! Mas digo também: Não roubemos a esperança, pelo contrário, tornemo-nos todos portadores de esperança!”.

(...)“a Igreja não está longe dos esforços que vocês fazem, Ela lhes acompanha com carinho. O Senhor está ao lado de vocês e lhes conduz pela mão. Olhem para Ele nos momentos mais duros e Ele lhes dará consolação e esperança. E confiem também no amor materno de Maria, sua Mãe. Esta manhã, no Santuário da Aparecida, confiei cada um de vocês ao seu coração. Onde tivermos uma cruz para carregar, ao nosso lado sempre está Ela, nossa Mãe. Deixo-lhes em suas mãos, enquanto, afetuosamente, a todos abençôo”.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

24/07 - Visita ao Santuário Nª Srª Aparecida

Manter a esperança, deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria:
Papa Francisco na homilia da Missa no santuário de Aparecida


(...)A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.
1. Conservar a esperança. A segunda leitura da Missa apresenta uma cena dramática: uma mulher – figura de Maria e da Igreja – sendo perseguida por um Dragão – o diabo - que quer lhe devorar o filho. A cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho a salvo (cfr. Ap 12,13a.15-16a). Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos. Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade. Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.

2. A segunda postura: Deixar-se surpreender por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.

3. A terceira postura: Viver na alegria. Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861).
Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja