sábado, 27 de junho de 2015

Cónego Emanuel Silva é o pregador convidado deste ano na Festa de São Pedro no Seixal

Padre da Diocese de Portalegre-Castelo Branco. Nasceu em Abrantes em 1966, é o segundo de três irmãos e passou a infância e juventude em Abrantes e, depois, em Tomar. Entrou no Seminário da Diocese de Portalegre-Castelo Branco em 1982 para o 10º ano e fez o percurso normal dos seminaristas daquela diocese: Seminário de Portalegre - Seminário de S. Paulo de Almada - Seminário dos Olivais com as aulas na UCP. Fez a licenciatura sobre a Santíssima Trindade e mestrado em sistemática sobre S. Bruno e uma aproximação teológica à solidão. É um entusiasta da vida monástica.

Em Julho de 1991 foi ordenado Presbítero por D. Augusto César e continuou a estudar. Em 1993 foi nomeado director espiritual do Seminário Maior de Coimbra e docente (Teologia Fundamental e Antropologia Teológica I e II) do Instituto Superior de Teologia de Coimbra para onde, entretanto, tinham sido enviados os Seminaristas da Diocese de Portalegre. Permaneceu nessas mesmas funções até 2010. Durante esses anos, nos fins-de-semana, percorreu com os Seminaristas por três vezes a Diocese de Portalegre em acções vocacionais (colaboração com o Pré-Seminário); colaborou durante 10 anos com a Obra Nacional do Apostolado do Mar, orientando retiros e recolecções a muitas comunidades cristãs, muitos Seminários e muitos Presbitérios.

Ainda em 2010 foi nomeado Vigário Episcopal do Clero Vocações e Ministérios, Reitor do Seminário diocesano de Portalegre-Castelo Branco e Pároco de S. Miguel da Sé de Castelo Branco. Ainda em 2010, e em acumulação, foi nomeado secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios. Em 2012, a pedido do Conselho Nacional do Santuário de Fátima e do Conselho Permanente da CEP, com a anuência do seu Bispo, foi nomeado capelão e, depois, vice-reitor no Santuário de Fátima, mantendo as funções de reitor do Seminário na Diocese e de responsável pela formação permanente do Clero na Diocese.


Em Setembro 2014 regressou à Diocese de Portalegre-Castelo Branco. Actualmente, na Diocese, desempenha as funções de Vigário episcopal do Clero, Vocações e Ministérios (incluindo a Vida Consagrada), reitor do Seminário diocesano, director do Boletim Pastoral, redactor do Sínodo diocesano. Está no segundo mandato de secretário nacional da Comissão episcopal Vocações e Ministérios.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Publicada a Laudato si: como cuidar da criação - leia a íntegra em português

Cidade do Vaticano (RV) - «Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?»  Este interrogativo é o âmago da Laudato si’, a aguardada Encíclica ecológica do Papa Francisco. (Clique para ler na íntegra em português)
 
O nome foi inspirado na invocação de São Francisco  «Louvado sejas, meu Senhor», que no Cântico das Criaturas recorda que a terra «se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma mãe, que nos acolhe nos seus braços». Agora, esta terra maltratada e saqueada se lamenta e os seus gemidos se unem aos de todos os abandonados do mundo.
 
No decorrer de seis capítulos, o Papa convida a ouvir esses gemidos, exortando todos a uma «conversão ecológica», a «mudar de rumo», assumindo a responsabilidade de um compromisso para o «cuidado da casa comum».
 
O Pontífice se dirige certamente aos católicos, aos cristãos de outras confissões, mas não só: quer entrar em diálogo com todos, como instrumento para enfrentar e resolver os problemas.
 
Eis alguns temas analisados na Encíclica:
 
As mudanças climáticas
 
«As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, econômicas, distributivas e políticas, e constituem um dos principais desafios atuais para a humanidade». Se «o clima é um bem comum, um bem de todos e para todos», o impacto mais pesado da sua alteração recai sobre os mais pobres.
 
A questão da água
 
O Pontífice afirma claramente que «o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos». Privar os pobres do acesso à água significa «negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável».
 
A dívida ecológica
 
No âmbito de uma ética das relações internacionais, a Encíclica indica que existe uma verdadeira “dívida ecológica”, sobretudo do Norte em relação ao Sul do mundo. Diante das mudanças climáticas, há «responsabilidades diversificadas», e as dos países desenvolvidos são maiores. O Papa Francisco se  mostra  impressionado com a  «fraqueza das reações» diante dos dramas de tantas pessoas e populações.
 
A raiz humana da crise ecológica
 
O ser humano não reconhece mais sua correta posição em relação ao mundo e assume uma posição autorreferencial, centrada exclusivamente em si mesmo e no próprio poder. Deriva então uma lógica do «descartável» que justifica todo tipo de descarte, ambiental ou humano que seja.
 
Mudança nos estilos de vida
 
A Encíclica retoma a linha proposta na Evangelii Gaudium: «A sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora». O Papa propõe mudanças nos estilos de vida, através da educação e da espiritualidade. Uma educação ambiental que incida sobre gestos e hábitos cotidianos, da redução do consumo de água, à separação do lixo até «desligar luzes desnecessárias». Para Francisco, «uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo». O Pontífice recorda, porém, que tudo isto será mais fácil a partir de um olhar contemplativo que vem da fé: «O crente contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres».
 
O coração da proposta da Encíclica é a ecologia integral como novo paradigma de justiça; uma ecologia «que integre o lugar específico que o ser humano ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o circunda».
 
A esperança permeia todo o texto e, segundo Francisco, não se deve pensar que esses esforços não mudarão o mundo. A crise ecológica, portanto, é um apelo a uma profunda conversão interior. Pode-se necessitar de pouco e viver muito. (BF)
 
 

Laudato si': um "guia" para a leitura da Encíclica

2015-06-18 Rádio Vaticana
 

Laudato si’: um “guia”
 
Este texto oferece um instrumento de suporte para uma primeira leitura da Encíclica, ajudando a compreender o seu desenrolar na totalidade e a identificar as linhas principais. As primeiras duas páginas apresentam a Laudato si’ na sua globalidade; depois, cada página corresponde a um capítulo, indica seu objetivo e reproduz alguns trechos significativos. Os números entre parêntesis remetem aos parágrafos da Encíclica. As últimas duas páginas oferecem o índice completo.
 
Um olhar por inteiro
«Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?»  (160).  Este interrogativo é o âmago da Laudato  si’,  a esperada  Encíclica do Papa  Francisco sobre o cuidado da casa comum.  Que prossegue: «Esta pergunta não toca apenas o meio ambiente de maneira isolada, porque não se pode pôr a questão de forma fragmentária», e isso conduz a interrogar-se sobre o sentido da existência e sobre os valores que estão na base da vida social: « Para que viemos a esta vida? Para que trabalhamos e lutamos? Que necessidade tem de nós esta terra?»: « Se não pulsa nelas esta pergunta de fundo,–  diz o Pontífice  –  não creio que as nossas   preocupações ecológicas possam surtir efeitos importantes».  
 
O nome da Encíclica foi inspirado na invocação de São Francisco  «Louvado sejas, meu Senhor»,  que no Cântico das criaturas recorda que a terra, a nossa casa comum, « se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços» (1). Nós mesmos «somos terra (cfr Gen 2,7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar e a sua água vivifica-nos e restaura-nos» (2). 
 
Agora, esta terra maltratada e saqueada se lamenta e os seus gemidos se unem aos de todos os abandonados do mundo. O Papa Francisco convida a ouvi-los, exortando todos e cada um – indivíduos, famílias, coletividades locais, nações e comunidade internacional – a uma «conversão ecológica», segundo a expressão de São João Paulo II, isto é, a «mudar de rumo», assumindo a beleza e a responsabilidade de um compromisso para o «cuidado da casa comum». Ao mesmo tempo, o Papa Francisco reconhece que se nota « uma crescente sensibilidade relativamente ao meio ambiente e ao cuidado da natureza, e cresce uma sincera e sentida preocupação pelo que está a acontecer ao nosso planeta. » (19),  legitimando  um olhar de esperança que  permeia toda a Encíclica e envia a todos uma mensagem clara e repleta de esperança: « A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. » (13); «o ser humano ainda é capaz de intervir de forma positiva » (58); «nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de tocar o fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se » (205).
 
O Papa  Francisco  se dirige certamente aos fiéis católicos, retomando as palavras de São João Paulo II:  « os cristãos, em particular, advertem que a sua tarefa no seio da criação e os seus deveres em relação à natureza e ao Criador fazem parte da sua fé » (64), mas se propõe « especialmente entrar em diálogo com todos acerca da nossa casa comum »  (3):  o  diálogo  percorre  todo o texto,  e  no  cap.  5  se torna o instrumento para enfrentar e resolver os problemas. Desde o início, o Papa  Francisco  recorda que também «outras Igrejas e Comunidades cristãs – bem como noutras religiões – se tem desenvolvido uma profunda preocupação e uma reflexão valiosa» sobre o tema da ecologia (7). Ou melhor, assume explicitamente sua contribuição a partir do que foi dito pelo «amado Patriarca Ecuménico Bartolomeu» (7), amplamente citado nos nn. 8‐9. Em vários trechos, o Pontífice agradece aos protagonistas deste esforço  –  seja indivíduos, seja associações ou instituições –, reconhecendo que «a reflexão de inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais que enriqueceram o pensamento da Igreja sobre estas questões»  (7)  e  convida todos a reconhecer «a riqueza que as religiões possam oferecer para uma ecologia integral e o pleno desenvolvimento do género humano» (62).
 
O itinerário  da Encíclica é traçado no n. 15  e  se desenvolve em seis capítulos. Passa-se de uma análise da situação a partir das melhores aquisições científicas hoje disponíveis (cap. 1), ao confronto com a Bíblia e a tradição judaico-cristã (cap. 2), identificando a raiz dos problemas (cap. 3) na tecnocracia e num excessivo fechamento autorreferencial do ser humano. A proposta da Encíclica (cap. 4) é a de uma «ecologia integral,  que  inclua  claramente  as dimensões humanas e sociais»  (137), indissoluvelmente ligadas com a questão ambiental. Nesta perspectiva, o Papa Francisco propõe (cap. 5) empreender em todos os níveis da vida social, econômica e política um diálogo honesto, que estruture processos de decisão transparentes, e recorda (cap. 6) que nenhum projeto pode ser eficaz se não for animado por uma consciência formada e responsável, sugerindo ideias para crescer nesta direção em nível educativo, espiritual, eclesial, político e teológico. O texto se conclui com duas orações, uma oferecida à partilha com todos os que acreditam num «Deus Criador Omnipotente» (246), e outra proposta aos que professam a fé em Jesus Cristo, ritmada pelo refrão «Laudato si’», com o qual a Encíclica se abre e se conclui.
 
O texto é atravessado por alguns eixos temáticos, analisados por uma variedade de perspectivas diferentes, que lhe conferem uma forte  unidade:  «a relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia, o convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a necessidade de debates sinceros e honestos, a grave responsabilidade da política internacional e local, a cultura do descarte e a proposta dum novo estilo de vida » (16).
 
Primeiro Capítulo – O que está a acontecer à nossa casa
 
O capítulo apresenta as mais recentes aquisições científicas em matéria ambiental como modo de ouvir o grito da criação, « transformar em sofrimento pessoal aquilo que acontece ao mundo e, assim, reconhecer a contribuição que cada um lhe pode dar » (19). Enfrentam-se assim «vários aspectos da actual crise ecológica» (15).
 
As mudanças climáticas:  « As mudanças climáticas são  um  problema  global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo actualmente um dos principais desafios para a humanidade» (25). Se « o clima é um bem comum, um bem de todos e para todos » (23), o impacto mais pesado da sua alteração recai sobre os mais pobres, mas muitos «daqueles que detêm mais recursos e poder económico ou político parecem concentrar-se sobretudo em mascarar os problemas ou ocultar os seus sintomas » (26): «a falta de reacções diante destes dramas dos nossos irmãos e irmãs é um sinal da perda do sentido de responsabilidade pelos nossos semelhantes, sobre o qual se funda toda a sociedade civil » (25).
A questão da água: O Pontífice afirma claramente que « o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos ».  Privar os pobres do acesso à água significa « negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável » (30).
A  preservação da  biodiversidade:  « Anualmente, desaparecem milhares de espécies vegetais e animais que já não poderemos conhecer mais, que os nossos filhos não poderão ver, perdidas para sempre»  (33).  Não são somente eventuais “recursos”  exploráveis,  mas têm um valor em si mesmos. Nesta perspectiva, « são louváveis e, às vezes, admiráveis os esforços de cientistas e técnicos que procuram dar solução aos problemas criados pelo ser humano »,  mas a intervenção humana, quando se coloca a serviço da finança e do consumismo,  « faz com que esta terra onde
vivemos se torne realmente menos rica e bela, cada vez mais limitada e cinzenta » (34).
A dívida ecológica: no âmbito de uma ética das relações internacionais, a Encíclica indica que existe «uma verdadeira “dívida ecológica”»  (51),  sobretudo do Norte em relação ao Sul do mundo. Diante das mudanças climáticas, existem «responsabilidades diversificadas» (52), e as dos países desenvolvidos são maiores.
Consciente das profundas divergências quanto a essas problemáticas, o Papa Francisco se  mostra  profundamente  impressionado com a  «fraqueza das reacções»  diante dos dramas de tantas pessoas e populações. Embora não faltem exemplos positivos (58),  sinaliza  «um certo  torpor  e  uma alegre irresponsabilidade » (59). Faltam uma cultura adequada (53) e a disponibilidade em mudar estilos de vida, produção e consumo (59), enquanto é urgente «criar um sistema normativo [...] que inclua limites invioláveis e assegure a protecção dos ecossistemas » (53).
 
Segundo capítulo – O Evangelho da criação
 
Para enfrentar as problemáticas ilustradas no capítulo precedente, o Papa Francisco relê as narrações da Bíblia, oferece uma visão global oriunda da tradição judaico-cristã e articula a «tremenda responsabilidade»  (90)  do ser humano  diante da criação, o elo íntimo entre todas as criaturas e o fato de que «o meio ambiente é um bem colectivo, património de toda a humanidade e responsabilidade de todos» (95).
 
Na Bíblia, «o Deus que liberta e salva é o mesmo que criou o universo. [...] n’Ele se conjugam o carinho e a força »  (73).  A narração da criação é central para refletir sobre a relação entre o ser humano e as outras criaturas e sobre como o pecado rompe o equilíbrio de toda a criação no seu conjunto: «Essas narrações sugerem que a existência humana se baseia sobre três relações fundamentais intimamente ligadas:  as relações com Deus, com o próximo e com a terra. Segundo a Bíblia, essas três relações vitais romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. Esta ruptura é o pecado» (66).
 
Por isso, mesmo que nós « cristãos, algumas vezes interpretámos de forma incorrecta as Escrituras, hoje devemos decididamente rejeitar que, do facto de ser criados à imagem de Deus e do mandato de dominar a terra, se deduza um domínio absoluto sobre as outras criaturas» (67). Ao ser humano cabe a responsabilidade de «“cultivar e guardar”  o jardim do mundo (cfr  Gen  2,15)»  (67),  sabendo que «o fim último das restantes criaturas não somos nós. Mas todas avançam, juntamente connosco e através de nós, para a meta comum, que é Deus » (83).
 
Que o ser humano não seja o dono do universo, «não significa igualar todos os seres vivos e tirar ao ser humano aquele seu valor peculiar » que o caracteriza; « também não requer uma divinização da terra, que nos privaria da nossa vocação de colaborar com ela e proteger a sua fragilidade »  (90).  Nesta perspectiva, « todo o encarniçamento contra qualquer criatura «é contrário à dignidade humana» »  (92),  mas « não pode ser autêntico um sentimento de união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos »  (91).  Necessita-se da consciência de uma comunhão universal: « criados pelo mesmo Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, […]que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde » (89).
 
O coração da revelação cristã conclui o Capítulo:  «Jesus  terreno»  com a  «sua  relação  tão concreta  e  amorosa com o mundo»  «ressuscitado e glorioso», está «presente em toda a criação com o seu domínio universal » (100).
 
 
 Terceiro capítulo – A raiz humana da crise ecológica
 
Este capítulo apresenta uma análise da situação atual, «de modo a individuar não apenas os seus sintomas, mas também as causas mais profundas» (15), em um diálogo com a filosofia e as ciências humanas.
 
Um primeiro fulcro do capítulo são as reflexões sobre a tecnologia: é reconhecida, com gratidão, a sua contribuição para o melhoramento das condições de vida (102-103); todavia ela oferece «àqueles que detêm o conhecimento e sobretudo o poder económico para o desfrutar, um domínio impressionante sobre o conjunto do género humano e do mundo inteiro» (104). São precisamente as lógicas de domínio tecnocrático que levam a destruir a natureza e explorar as pessoas e as populações mais vulneráveis. «O paradigma tecnocrático tende a exercer o seu domínio também sobre a economia e a política» (109), impedindo reconhecer que «o mercado, por si mesmo[...] não garante o desenvolvimento humano integral nem a inclusão social» (109).
Na raiz se diagnostica na época moderna um excesso de antropocentrismo (116): o ser humano não reconhece mais sua correta posição em relação ao mundo e assume uma posição autorreferencial, centrada exclusivamente em si mesmo e no próprio poder. Deriva então uma lógica do «descartável» que justifica todo tipo de descarte, ambiental ou humano que seja, que trata o outro e a natureza como um simples objeto e conduz a uma miríade de formas de dominação. É a lógica que leva a explorar as crianças, a abandonar os idosos, a reduzir os outros à escravidão, a superestimar a capacidade do mercado de se autorregular, a praticar o tráfico de seres humanos, o comércio de peles de animais em risco de extinção e de “diamantes ensanguentados”. É a mesma lógica de muitas máfias, dos traficantes de órgãos, do tráfico de drogas e do descarte de crianças porque não correspondem ao desejo de seus pais. (123)
 
Nesta luz, a encíclica aborda duas questões cruciais para o mundo de hoje. Antes de tudo, o trabalho: «Em qualquer abordagem de ecologia integral que não exclua o ser humano, é indispensável incluir o valor do trabalho» (124), bem como «renunciar a investir nas pessoas para se obter maior receita imediata é um péssimo negócio para a sociedade» (128).
 
A segunda diz respeito aos limites do progresso científico, com clara referência aos OGM (132-136), que são «uma questão de carácter complexo» (135). Embora «nalgumas regiões, a sua utilização ter produzido um crescimento económico que contribuiu para resolver determinados problemas, há dificuldades importantes que não devem ser minimizadas» (134), a partir da «concentração de terras produtivas nas mãos de poucos» (134). O Papa Francisco pensa em particular nos pequenos produtores e trabalhadores rurais, na biodiversidade, na rede de ecossistemas. É, portanto, preciso assegurar «um debate científico e social que seja responsável e amplo, capaz de considerar toda a informação disponível e chamar as coisas pelo seu nome» a partir de «linhas de pesquisa autónomas e interdisciplinares que possam trazer nova luz» (135).
 
Quarto capítulo – Uma ecologia integral 
 
O coração da proposta da Encíclica é a ecologia integral como novo paradigma de justiça; uma ecologia «que integre o lugar específico que o ser humano ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o circunda» (15). De fato, «isto impede-nos de considerar a natureza como algo separado de nós ou como uma mera moldura da nossa vida» (139). Isto vale, por mais que vivemos em diferentes campos: na economia e na política, nas diversas culturas, em particular modo nas mais ameaçadas, e até mesmo em cada momento da nossa vida cotidiana.
 
A perspectiva integral põe em jogo também uma ecologia das instituições: « Se tudo está relacionado, também o estado de saúde das instituições de uma sociedade tem consequências no ambiente e na qualidade de vida humana: “toda a lesão da solidariedade e da amizade cívica provoca danos ambientais” » (142). Com muitos exemplos concretos, o Papa Francisco reafirma o seu pensamento: há uma ligação entre questões ambientais e questões sociais e humanas que nunca pode ser rompida. Assim, « a análise dos problemas ambientais é inseparável da análise dos contextos humanos, familiares, laborais, urbanos, e da relação de cada pessoa consigo mesma » (141), enquanto «Não há duas crises separadas, uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise sócio-ambiental» (139).
 
Esta ecologia integral «é inseparável da noção de bem comum» (156), a ser entendida, no entanto, de modo concreto: no contexto de hoje, no qual «há tantas desigualdades e são cada vez mais numerosas as pessoas descartadas, privadas dos direitos humanos fundamentais» comprometer-se pelo bem comum significa fazer escolhas solidárias com base em «uma opção preferencial pelos mais pobres» (158). Esta é também a melhor maneira para deixar um mundo sustentável às gerações futuras, não com proclamas, mas através de um compromisso de cuidado dos pobres de hoje, como já havia sublinhado Bento XVI: «para além da leal solidariedade entre as gerações, há que reafirmar a urgente necessidade moral de uma renovada solidariedade entre os indivíduos da mesma geração» (162).
 
A ecologia integral envolve também a vida diária, para a qual a Encíclica reserva uma atenção específica em particular em ambiente urbano. O ser humano tem uma grande capacidade de adaptação e «admirável é a criatividade e generosidade de pessoas e grupos que são capazes de dar a volta às limitações do ambiente, [...] aprendendo a orientar a sua existência no meio da desordem e precariedade» (148). No entanto, um desenvolvimento autêntico pressupõe um melhoramento integral na qualidade da vida humana: espaços públicos, moradias, transportes, etc. (150-154).
Também «o nosso corpo nos coloca em uma relação direta com o meio ambiente e com os outros seres vivos. A aceitação do próprio corpo como dom de Deus é necessária para acolher e aceitar o mundo inteiro como dom do Pai e casa comum; pelo contrário, uma lógica de domínio sobre o próprio corpo transforma-se numa lógica, por vezes subtil, de domínio sobre a criação» (155).
 
Quinto capítulo – Algumas linhas de orientação e acção 
 
Este capítulo aborda a pergunta sobre o que podemos e devemos fazer. As análises não podem ser suficientes: são necessárias propostas «de diálogo e de acção que envolvam seja cada um de nós seja a política internacional» (15), e « que nos ajudem a sair da espiral de autodestruição onde estamos a afundar» (163). Para o Papa Francisco é imprescindível que a construção de caminhos concretos não seja enfrentada de modo ideológico, superficial ou reducionista. Por isso, é indispensável o diálogo, termo presente no título de cada seção deste capítulo: «Há discussões sobre questões relativas ao meio ambiente, onde é difícil chegar a um consenso. [...] a Igreja não pretende definir as questões científicas, nem substituir-se à política, mas [eu] convido a um debate honesto e transparente para que as necessidades particulares ou as ideologias não lesem o bem comum» (188).
 
Com esta base o Papa Francisco não tem medo de fazer um julgamento severo sobre as dinâmicas internacionais recentes: «as cimeiras mundiais sobre o meio ambiente dos últimos anos não corresponderam às expectativas, porque não alcançaram, por falta de decisão política, acordos ambientais globais realmente significativos e eficazes» (166). E se pergunta: «Para que se quer preservar hoje um poder que será recordado pela sua incapacidade de intervir quando era urgente e necessário fazê-lo?» (57). Servem, ​​em vez disso, como os Pontífices repetiram várias vezes, a partir da Pacem in Terris, formas e instrumentos eficazes de governança global (175): «precisamos de um acordo sobre os regimes de governança para toda a gama dos chamados bens comuns globais» (174), já que «”a protecção ambiental não pode ser assegurada apenas com base no cálculo financeiro de custos e benefícios. O ambiente é um dos bens que os mecanismos de mercado não estão aptos a defender ou a promover adequadamente”» (190), que retoma as palavras do Compêndio da Doutrina Social da Igreja).
 
Sempre neste capítulo, o Papa Francisco insiste sobre o desenvolvimento de processos de decisão honestos e transparentes, para poder «discernir» quais políticas e iniciativas empresariais poderão levar «a um desenvolvimento verdadeiramente integral» (185). Em particular, o estudo do impacto ambiental de um novo projeto «requer processos políticos transparentes e sujeitos a diálogo, enquanto a corrupção, que esconde o verdadeiro impacto ambiental dum projecto em troca de favores, frequentemente leva a acordos ambíguos que fogem ao dever de informar e a um debate profundo» (182).
 
Particularmente significativo é o apelo dirigido àqueles que detêm cargos políticos, para que se distanciem da lógica «eficientista e imediatista» (181) hoje dominante: «se ele tiver a coragem de o fazer, poderá novamente reconhecer a dignidade que Deus lhe deu como pessoa e deixará, depois da sua passagem por esta história, um testemunho de generosa responsabilidade» (181).
 
Sexto capítulo - Educação e espiritualidade ecológicas
 
 O último capítulo vai ao cerne da conversão ecológica à qual a Encíclica convida. As raízes da crise cultural agem em profundidade e não é fácil reformular hábitos e comportamentos. A educação e a formação continuam sendo desafios centrais: «toda mudança tem necessidade de motivações e dum caminho educativo» (15); estão envolvidos todos os ambientes educacionais, por primeiro « a escola, a família, os meios de comunicação, a catequese» (213).
 
O início é apostar «em uma mudança nos estilos de vida» (203-208), que também abre à possibilidade de “exercer uma pressão salutar sobre quantos detêm o poder político, económico e social» (206). Isso é o que acontece quando as escolhas dos consumidores conseguem «a mudança do comportamento das empresas, forçando-as a reconsiderar o impacto ambiental e os modelos de produção» (206).
Não se pode subestimar a importância de percursos de educação ambiental capazes de incidir sobre gestos e hábitos cotidianos, da redução do consumo de água, à diferenciação do lixo até «apagar as luzes desnecessárias» (211): «Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo» (230). Tudo isto será mais fácil a partir de um olhar contemplativo que vem da fé: «O crente contempla o mundo, não como alguém que está fora dele, mas dentro, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres. Além disso a conversão ecológica, fazendo crescer as peculiares capacidades que Deus deu a cada crente, leva-o a desenvolver a sua criatividade e entusiasmo» (220).
 
Retorna à linha proposta na Evangelii Gaudium: « A sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora» (223), bem como «A felicidade exige saber limitar algumas necessidades que nos entorpecem, permanecendo assim disponíveis para as muitas possibilidades que a vida oferece» (223); desta forma torna-se possível « voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos» (229).
Os santos acompanham-nos neste caminho. São Francisco, muitas vezes mencionado, é «o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria» (10), modelo de como «são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, o empenhamento na sociedade e a paz interior (10). Mas a encíclica recorda também São Bento, Santa Teresa de Lisieux e o Beato Charles de Foucauld.
 
Após a Laudato si, o exame de consciência, o instrumento que a Igreja sempre recomendou para orientar a própria vida à luz da relação com o Senhor, deverá incluir uma nova dimensão, considerando não apenas como se vive a comunhão com Deus, com os outros, consigo mesmo, mas também com todas as criaturas e a natureza.
 
ÍNDICE
 
L AUDATO SI’, mi’ Signore [1-2] . . . . . . 3
Nada deste mundo nos é indiferente [3-6] . . . . 4 Unidos por uma preocupação comum [7-9] . . . . 7
São Francisco de Assis [10-12] . . . . . . . 10 O meu apelo [13-16] . . . . . . . . . . . 12
CAPÍTULO I O QUE ESTÁ A ACONTECER À NOSSA CASA
1. P OLUIÇÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS . . 18 Poluição, resíduos e cultura do descarte
[20-22] . . . . . . . . . . . . 18 O clima como bem comum [23-26] . . . . 20
2. A QUESTÃO DA ÁGUA [27-31] . . . . . 24 3. P ERDA DE BIODIVERSIDADE [32-42]. . . 27
4. D ETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA HUMANA E DEGRADAÇÃO SO CIAL [43-47] 34
5. D ESIGUALDADE PLANETÁRIA [48-52] . . 37 6. A FRAQUEZA DAS REACÇÕES [53-59] . . 43
7. D IVERSIDADE DE O PINIÕES [60-61] . . . 47 CAPÍTULO II
O EVANGELHO DA CRIAÇÃO 1. A LUZ QUE A FÉ OFERE CE [63-64] . . . 49
2. A SABEDORIA DAS NARRAÇÕES BÍBLICAS [65-75] . . . . . . . . . . . . 51
3. O MISTÉRIO DO UNIVERSO [76-83] . . . 60 4. A MENSAGEM DE CADA CRIATURA NA HARMONIA DE TODA A CRIAÇÃO [84-88] . . 66
5. U MA COMUNHÃO UNIVERSAL [89-92] . . 70 190
6. O DESTINO COMUM DOS BENS [93-95] . . 73 7. O OLHAR DE JESUS [96-100] . . . . . 75
CAPÍTULO III A RAIZ HUMANA DA CRISE ECOLÓGICA
1. A TE CNOLOGIA: CRIATIVIDADE E PODER [102-105] . . . . . . . . . . . 79
2. A GLO BALIZAÇÃO DO PARADIGMA TE CNO CRÁTICO [106-114] . . . . . . . . 82 3. CRISE DO ANTRO PO CENTRISMO MODERNO
E SUAS CONSEQUÊN CIAS [115-121] . . 90 O relativismo prático [122-123] . . . . . 94
A necessidade de defender o trabalho [124-129] 96 A inovação biológica a partir da pesquisa
[130-136] . . . . . . . . . . . 101 CAPÍTULO IV
UMA ECOLOGIA INTEGRAL 1. E COLOGIA AMBIENTAL, E CONÓMICA E SO CIAL [138-142] . . . . . . . . . 107
2. E COLOGIA CULTURAL [143-146] . . . . 112 3. E COLOGIA DA VIDA QUOTIDIANA [147-155] 114
4. O PRIN CÍPIO DO BEM COMUM [156-158] 120 5. A JUSTIÇA INTERGENERACIONAL [159-162] 122
CAPÍTULO V ALGUMAS LINHAS DE ORIENTAÇÃO E ACÇÃO
1. O DIÁLOGO SO BRE O MEIO AMBIENTE NA POLÍTICA INTERNACIONAL [164-175] . 127
2. O DIÁLOGO PARA NOVAS POLÍTICAS NACIONAIS E LO CAIS [176-181] . . . . 135 3. D IÁLOGO E TRANSPARÊN CIA NOS PRO CESSOS DE CISÓRIOS [182-188] . . . . . 140
4. P OLÍTICA E E CONOMIA EM DIÁLOGO PARA A PLENITUDE HUMANA [189-198]. . . 144
5. A S RELIGIÕES NO DIÁLOGO COM AS CIÊN CIAS [199-201] . . . . . . . . . 152 CAPÍTULO VI
EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE ECOLÓGICAS 1. A PONTAR PARA OUTRO ESTILO DE VIDA
[203-208] . . . . . . . . . . . 155 2. E DUCAR PARA A ALIANÇA ENTRE A HUMANIDADE E O AMBIENTE [209-215] . . 159
3. A CONVERSÃO E COLÓGICA [216-221] . . 164 4. A LEGRIA E PAZ [222-227] . . . . . . 168
5. A MOR CIVIL E POLÍTICO [228-232] . . . 172 6. O S SINAIS SACRAMENTAIS E O DESCANSO
CELE BRATIVO [233-237] . . . . . . 175 7. A TRINDADE E A RELAÇÃO ENTRE AS CRIATURAS [238-240] . . . . . . . . . 180
8. A RAINHA DE TODA A CRIAÇÃO [241-242] 182 9. P ARA ALÉM DO SOL [243-246] . . . . . 183
Oração pela nossa terra . . . . . . . . . . 184 Oração cristã com a criação . . . . . . . . . 185
 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Relíquia de D.Bosco a partir de hoje na Igreja do Seixal


Foi colocada uma relíquia ( de primeiro grau, ex ossibus) de S.João Bosco, devidamente certificada na Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Seixal. A missa presidida pelo pároco Pe.Marco Luís teve a presença do Pe.Juan, em representação dos Salesianos, bem como de Ricardo Mendes,vocação Salesiana, originário da mesma paroquia. Após a Santa Missa ocorreu a veneração da relíquia, tendo sido colocada de forma permanente no altar de S.Pedro, onde também já se encontra o solidéu que o Papa Francisco ofereceu à paroquia hå cerca de um ano. O convívio das crianças da catequese com as suas famílias continuou após o almoço com uma reflexão sobre a vida de D.Bosco, a partir da exposição sobre este santo, da Fundacao salesianos, que esteve patente esta semana na Igreja do Seixal. A seguir foi visto um filme sobre a vida de D.Bosco e a tarde terminou com oračao de acção de graças. Esta iniciativa enquadrou-se no âmbito dos 200 anos (16 de Agosto de 2015) do nascimento de S.João Bosco  em âmbito de percurso do ano catequético. Com a relíquia de primeiro grau de Santa Beatriz da Silva  junto do altar de Nossa Senhora da Conceição, a igreja do Seixal passa a ter,com a reliquia de D.Bosco, mais um grande motivo para até lá se peregrinar. Uma igreja no centro histórico com uma comunidade dinâmica que tem gerado vocações consagradas, de portas abertas e que todas as manhas tem exposição solene do Santíssimo Sacramento.
Graças, graças Senhor nos destes D.Bosco, com ele aprenderemos os caminhos de Deus, foi o cântico do dia e que perdura como mote no caminho para o céu.

Paroquia do Seixal

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Biografia - Padre Tiago André Pacheco da Silva Ribeiro e Pinto


O Reverendo Padre Tiago André Pacheco da Silva Ribeiro e Pinto nasceu a 11 de Dezembro de 1987. Foi baptizado na Igreja Matriz de São Tiago de Sesimbra, no dia 25 de Dezembro de 1988.

Recebeu a Primeira Comunhão no dia 27 de Junho de 2003 (dia em que, nesse ano, se celebrou a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus). Neste mesmo ano, começa a frequentar os encontros do Pré-Seminário da nossa Diocese de Setúbal.

No dia 14 de Setembro (Festa da Exaltação da Santa Cruz) de 2005, entrou no Seminário Menor de São José de Vila Viçosa, onde terminou o ensino secundário. 

No dia 9 de Julho de 2006 recebeu o Sacramento do Crisma pelas mãos de Sua Excelência Reverendíssima Dom Gilberto Canavarro dos Reis, na Igreja Matriz de São Tiago de Sesimbra.

Entrou no nosso querido Seminário Maior de S. Paulo de Almada a 12 de Setembro de 2007, iniciando também os seus estudos teológicos na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Durante os anos de formação no nosso Seminário, o Rev. Padre Tiago deu catequese na Paróquia de São Francisco Xavier, entregue aos cuidados da Companhia de Jesus (Jesuítas); e realizou os seus estágios pastorais na Associação Vale de Acór, da responsabilidade do Rev. Padre Pedro Quintella; na Paróquia de Nossa Senhora da Anunciada de Setúbal, com o Rev. Pe. Miguel Alves; e na Paróquia de Nossa Senhora da Consolação de Arrentela, com o Rev. Padre Júlio do Vale.

No dia 25 de Janeiro (Festa da Conversão de S. Paulo) de 2012 foi instituído Leitor e, no mesmo dia do ano seguinte, foi instituído Acólito. No dia 27 de Novembro de 2013, foi admito às Ordens Sacras. Todos estes passos foram dados na Capela do Seminário Maior.

No dia 8 de Dezembro de 2013, foi ordenado Diácono na Igreja Catedral de Santa Maria da Graça em Setúbal, a sede do bispado sadino.

No dia 13 de Julho de 2014, na Catedral de Santa Maria da Graça em Setúbal, pela oração e imposição das mãos de Sua Excelência Reverendíssima Dom Gilberto Canavarro dos Reis, foi ordenado Sacerdote de Cristo para sempre.

No dia 1 de Setembro de 2014 é nomeado como Vigário Paroquial da Paróquia de Santa Maria do Barreiro. Colaborou na Cúria Diocesana e no Paço Episcopal.

No dia 12 de Junho (Solenidade do Sagrado Coração de Jesus) é nomeado Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Seixal.

O Rev. Pe. Tiago Ribeiro Pinto é Cavaleiro da Real Ordem de São Miguel da Ala, da Casa Real Portuguesa; Capelão da Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição e Irmão da Real Confraria dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Rainha de Portugal.

Lema Sacerdotal

COR IN CRUCE

(Coração na Cruz)

Novo Pároco do Seixal

D. Gilberto publica hoje, 12 de Junho, uma Nota Pastoral a anunciar as nomeações do Clero.
 
Caros diocesanos e irmãos em Cristo
Envio a lista das nomeações pastorais para este ano que, oportunamente , completarei com um ou outro aditamento.
 
Agradeço de coração a quem cessa um serviço e desejo as maiores felicidades para quem o começa ou o recomeça noutro lugar. Agradeço ainda a disponibilidade que encontrei em todos. 
 
As respectivas mudanças serão realizadas, em princípio, a partir dos fins de Agosto, conforme acordo comigo e entre os párocos em causa.
 
(...)
 
Pe. Tiago André Pacheco da Silva Ribeiro e Pinto,
pároco do Seixal, deixando de ser vigário paroquial de Santa Maria do Barreiro.
 
 
 
(...)
 
Peço a oração de todos para que estas mudanças sirvam, do melhor modo, para tornar a nossa Diocese numa comunidade de discípulos missionários de Jesus Cristo.
Aceite os meus melhores cumprimentos.
 
           Setúbal, 12 de Junho de 2015
          + Gilberto, Bispo de Setúbal

quinta-feira, 11 de junho de 2015

14 de junho - Um dia com D. Bosco


   


  10:00 – Eucaristia com entronização da relíquia de D. Bosco, na Igreja paroquial do Seixal

  11:00 – Exposição sobre D. Bosco na Igreja paroquial do Seixal
  
  12:00 – Evangelização pelas ruas do Seixal
  
  13:15 – Almoço partilhado no Centro Paroquial

  
  15:30 – Filme e testemunho sobre D.Bosco, na Igreja Paroquial do Seixal

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Percurso de Vida


Padre Marco Fernando da Silva Luís

Nasceu a 22 de Agosto de 1975 na freguesia de Almacave na cidade de Lamego, filho de Fernando Lopes Luís e de Maria Mota da Silva Lopes Luís. Foi batizado a 30 de Novembro de 1975 na Paróquia de São Miguel, freguesia de Pêra Velha, Concelho de Moimenta da Beira, Diocese de Lamego, por Monsenhor António Bento da Guia. Fez a sua primeira comunhão a 22 de Maio de 1983 na Igreja de Santa Maria Maior de Almacave na cidade de Lamego e a profissão de fé a 6 de Junho de 1985 na paróquia onde foi Batizado, onde igualmente foi crismado por D. António Castro de Xavier Monteiro, Bispo de Lamego, a 27 de Agosto de 1989.

 Fez os seus estudos primários e secundários na cidade de Lamego, tendo frequentado o Colégio da Imaculada Conceição e de S. Bento, escola secundária de Resende, bem como a Escola Secundária da Sé e Liceu Latino Coelho. Durante a juventude exerce a atividade agrícola em enquadramento familiar e complementar aos estudos. Desde a infância que se desloca de forma regular à Costa de Caparica, Diocese de Setúbal, onde seus pais adquirem casa. Em Outubro de 1995 Inicia o curso de Direito na Universidade Lusíada de Lisboa e que termina no ano de 2000 na mesma Universidade no Porto. Depois de alguns anos de juventude conturbada e com crises de fé tem uma reconversão em setembro de 1996 fazendo percurso espiritual com a Comunidade Maria, com sede em Roma, do Renovamento Carismático Católico. Desloca-se com alguma regularidade a Roma onde faz formação de animador na mesma comunidade.

Entra no Seminário Maior de São Paulo de Almada, Diocese de setúbal, a 13 de Setembro de 2000. No ano pastoral de 2002/2004 faz estágio pastoral na Paróquia de S. Paulo na cidade de Setúbal e em 2004/2006 faz estágio na Paróquia de São José no Feijó, Almada. 

Foi instituído no ministério de leitor a 25 de Janeiro de 2004, Festa da Conversão de São Paulo, na capela do Seminário. Foi instituído no ministério de acólito a 21 de Novembro de 2004, dia de Cristo Rei na Capela do Santuário Nacional de Cristo Rei em Almada.

Foi ordenado Diácono a 8 de Dezembro de 2005, dia de Nossa Senhora da Conceição, na Sé de Setúbal. Foi ordenado sacerdote a 16 de Julho de 2006, dia de Nossa Senhora do Carmo e XXXI aniversário da Diocese de Setúbal, na Sé de Setúbal, por Dom Gilberto Délio Gonçalves Canavarro dos Reis, Bispo de Setúbal. Celebrou missa no dia seguinte na Capelinha das Aparições em Fátima. Celebrou Missa Nova a 22 de Julho na Igreja de São José no Feijó, Almada e a 30 de Julho na Sé de Lamego.

Licenciou-se em Teologia a 25 de Julho (dia de São Tiago) de 2005 com a tese " A paróquia no mistério da comunhão eclesial".

Foi nomeado Secretário Episcopal a 25 de Julho de 2006, nomeado Assistente Diocesano do Renovamento Carismático Católico a 8 de Setembro de 2006, cargo que ocupou por quatro anos.

Foi nomeado Diretor do Ensino Superior de Setúbal a 25 de Setembro de 2007. 

De Setembro de 2006 a Julho de 2009 colabora na Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem na Moita.

Foi nomeado a 20 de Agosto de 2009 para o ofício de Pároco de Nossa Senhora da Conceição no Seixal, tendo tomado posse a 13 de Setembro.

Foi nomeado Assistente Regional do Corpo Nacional de Escutas (CNE) a 4 de Agosto de 2010, tendo tomado posse com os dois assistentes adjuntos a 24 de Setembro do mesmo ano na Sé de Setúbal.

Foi nomeado para o Conselho de Presbíteros da Diocese de Setúbal a 15 de Fevereiro de 2011.

Foi nomeado Diretor do Secretariado Diocesano da Pastoral da Família a 30 de Setembro de 2013.

Publicou em Novembro de 2008 o livro " E vós, quem dizeis que Eu Sou?", Editora Paulus, com três edições esgotadas em três meses.

Em Junho de 2009 apresenta " Spes Vitae", edição Diocese de Setúbal, com seis edições.

Em Setembro de 2009 promoveu a publicação e fez o prefácio do livro " Os Anjos Rebeldes" de Francesco Bamonte, Editora Paulinas.

Em Junho de 2010 apresenta " Veritas Vitae", edição Diocese de Setúbal, catequese e orações.

Em Novembro de 2010 publicou o livro "Rostos de Esperança", Editora Paulinas, com duas edições.

Em Abril de 2011 promoveu a publicação e fez o prefácio do livro " O Escutismo" de Jacques Sévin, Editora Paulinas.

Em Junho de 2011 apresentou o livro " Com São Pedro no Seixal, a razão da festa", Edição da Paróquia do Seixal.

Em Junho de 2012 apresenta o livro " ProVocações de Amor", editora Paulinas, com duas edições.

Em Janeiro de 2013 promove o livro " Laogai, a perseguição dos cristãos na China", Edição Ajuda à Igreja que Sofre( AIS).

Em Junho de 2013 apresenta o primeiro livro de sua autoria " Sugestões que Movem à Santidade"(SMS),Editora Paulinas, com duas edições.

Em Dezembro de 2013 apresenta como Co-autor o livro " Memórias do Seixal", edição Paróquia do Seixal.

Em Março de 2014 organiza e apresenta o livro " Via Sacra Matrimonial", edição Ajuda à Igreja que Sofre.

Em Maio de 2014 promove e apresenta com o SDPFamiliar, a que preside, o livro " Como ser feliz com 1,2,3,.. Filhos?", Edição Paulinas. Em outubro de 2014 promove a tradução e apresentação em Portugal de "A Esperança da Família", do Cardeal Muller. Em novembro do mesmo ano promove apresentação e faz o prefácio do livro "Esposos e Santos, dez perfis de santidade conjugal" com a mesma editora paulinas.

Em dezembro de 2014 organiza com Pedro e Cristina Silva, publicação Fundação AIS o livro "Vim para Adorar-Te, orações e meditações", com 4 edições e mais de 15 mil exemplares em seis meses, com expressão da adoração eucarística diária na paróquia do Seixal.

Em maio de 2015 organiza e apresenta um livro de testemunhos sobre S. José com o título "S. José guarda-nos em Cristo".

Em Maio de 2015 apresenta o livro de Tereza Gonzalez, "Teu Nome Mãe", que serve como fonte de angariação de fundos para uma comunidade religiosa no Iraque, edição AIS.

No âmbito noticioso e musical: de 2007 a 2009 administra o sítio diocesano www.diocese-setubal.pt, como plataforma de notícias diárias da Igreja de Setúbal e cria o InSetnews com um conjunto de jovens voluntários, produzindo vídeos com entrevistas, reportagens. Em 2009 Co-produzem o DVD da Benção de Finalistas do ensino superior de Setúbal.

Em 2008 colabora com a Banda Terceira Margem na produção do CD " Meu Tudo", sendo Co-autor de Musica que intitula CD.

No âmbito social criou o Fundo de Esperança Solidaria no Natal de 2008, no âmbito do Ensino Superior de Setúbal, fundo de emergência para ajuda a alunos em dificuldade. Com o apoio da Rádio Mega Fm. Organizou a exposição de pintura " Traços de Esperança" que reverteu para o mesmo fundo bem como o concerto " Vozes de Esperança" que juntou artistas conhecidos e toda a comunidade académica da cidade de Setúbal. Ainda no âmbito social promoveu e organizou quatro edições do Torneio Solidário do Seixal com Centro de Estágios do Benfica localizado na paróquia do Seixal em prole de várias causas sociais.

Iniciou em 2008 o evento " A3 Jovem" com mais dois sacerdotes da diocese, envolvendo todos os sectores da pastoral juvenil da diocese. Acampamento anual com três edições decorridas, a primeira das quais com participação de seiscentos jovens. Evento com concertos, atividades radicais precedidas de catequeses preparadas pelos próprios jovens, rappel, slide, canoagem, Equitação, ateliers formativos e musicais, tenda de Adoração perpétua durante dos três dias.

Em Março de 2014 promove e apresenta o CD " Caminho de Vida", edição AIS, do grupo de jovens da paróquia com o mesmo nome no âmbito da missão Cabo Esperança a Cabo Verde que organiza em Agosto do mesmo ano.

Nos primeiros anos de sacerdócio promove encontros de formação espiritual para leigos e sacerdotes com convidados internacionais como: D. Dominique Rey, Bispo de Toulon, França (janeiro de 2009); Frei Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia (Abril de 2010), Pe. Francesco Bamonte, Presidente da Associação Internacional de Exorcistas (Janeiro de 2012).

Entusiasta da Nova Evangelização, participa e ajuda na organização de evangelizações de rua e porta a porta, participando em encontros internacionais como "Comunhão e Evangelização". Implica-se na vinda de novas comunidades de evangelização para a diocese como a Comunidade Shalom, após varias visitas ao Brasil. Mantendo uma relação próxima e com diversas parcerias com a Comunidade Canção Nova em Portugal.

Pregou retiros a grupos de jovens e comunidades religiosas, dos quais destaca a Associação Kerigma e a Província Portuguesa das Filhas de Maria Auxiliadora (Salesianas).

Cultiva uma relação privilegiadas com vários Mosteiros que frequenta nos tempos de descanso desde o tempo de seminário, em França, Espanha e Portugal, com destaque para a Ordem da Imaculada Conceição (OIC), mais recentemente o Carmelo, acompanhando várias jovens que se tornam monjas.

Participou em 2005 no Meeting Internacional em Rimini, em Setembro de 2009 participou no Retiro Internacional de sacerdotes em Ars, França e em Junho de 2010 organiza a participação de um grupo de sacerdotes da sua diocese no encerramento do Ano Sacerdotal. Participou na Jornada Mundial da Juventude em Madrid (2011) e no Rio Janeiro (2013) com um grupo de jovens. Em Fevereiro de 2014 inscreve-se na Associação Internacional de Exorcistas como expressão de união de oração e preocupação com o sofrimento de tantas pessoas carentes de ajuda espiritual. Em Outubro de 2014 é admitido como capelão na Irmandade Militar de Nossa Senhora da Conceição de Lamego.

A pastoral da paróquia que dinamiza tem expressado a catolicidade da Igreja de varias formas, também pela vinda de convidados como por exemplo D. Rino Passigato, Núncio Apostólico (Junho de 2012), Seminarista chinês clandestino (Junho de 2013) Cardeal Saraiva Martins (Agosto de 2013), Frei Andrade, Santiago, Cabo Verde (Outubro 2013) D. Athanasius Schneider, Bispo do Cazaquistao (Fevereiro de 2014), Dr.Waldery Hilgeman,Postulador do Servo de Deus Cardeal Van Thuan (Novembro de 2014), D.Yousif Mirkis, arcebispo de Kirkuk, Iraque (Abril de 2015). Em Abril de 2014 encontra-se pessoalmente em Roma com o Papa Francisco com quem conversa e oferece várias publicações, trazendo como oferta do mesmo para Igreja do Seixal onde se encontra em exposição o solidéu do Papa.

Com a paroquia do Seixal organiza várias iniciativas de apoio aos cristãos perseguidos em ligação muito próxima à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre. Destacando a Missão Iraque, fevereiro de 2015, uma semana de Adoração e penitência pelos cristãos perseguidos no Iraque.

Desde Fevereiro de 2014 a Maio de 2015 faz a consagração ToTus Tuus segundo o método de São Luís Maria de Monfort, consagração total à Virgem Santíssima, com mais de 300 pessoas que acompanhou neste itinerário na Igreja do Seixal. Em Junho de 2015 é nomeado para a Paroquia de Santiago de Almada.

O seu lema sacerdotal:


" Por Maria, esperança e verdade, em Cristo"