sexta-feira, 30 de maio de 2014

8 de Junho no Vaticano: encontro de oração pela paz no Médio Oriente

2014-05-30 Rádio Vaticana
 
A Sala de Imprensa da Santa Sé informou ao fim da tarde desta quinta-feira, 29, que o encontro de oração pela paz, para o qual o Papa Francisco convidou o Presidente de Israel, Shimon Peres, e da Palestina, Mahmoud Abbas, terá lugar na tarde de Domingo, 8 de Junho, no Vaticano. A data foi aceite pelas duas partes.
O convite para rezar juntos pela paz no Médio Oriente foi feito pelo Santo Padre ao Presidente Palestino, Mahmoud Abbas, depois da Missa celebrada na Praça da Manjedoura, em Belém, no Domingo 25 de Maio e repetido ao Presidente israelita, Shimon Peres, no dia seguinte, no encontro realizado na residência presidencial, em Jerusalém.
No voo de regresso a Roma, o Papa Francisco havia falado aos jornalistas sobre o significado da sua iniciativa: “Será um encontro de oração. Não será um encontro para fazer uma mediação ou buscar soluções, não! Nos reuniremos para rezar, somente. E depois, cada um volta para a sua casa. Mas eu acredito que a oração seja importante, e rezar juntos sem fazer discussões de outro tipo, isto ajuda”.
Falando sobre a inspiração para este encontro, Francisco explicou que “ele era pensado para ser realizado lá, mas existiam tantos problemas logísticos, tantos, pois eles devem considerar o território onde se fazer e não é fácil. Por isto, se pensava a uma reunião....mas no final, saiu este convite, que espero, saia tudo bem”.
A iniciativa pretende relançar as negociações de paz, a partir da convergência das três religiões monoteístas: cristã, judaica e muçulmana.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Dez razões para recordar a visita do Papa à Terra Santa

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Um convite inédito. Um abraço a dois pulmões. Um muro que mudou de lugar. A visita de Francisco à Terra Santa teve vários momentos de destaque.




26-05-2014 19:10 por Filipe d'Avillez
                                  
          




Do convite inédito para uma jornada de oração entre os presidentes israelista e palestiniano Shimon Peres e Mahmoud Abbas ao abraço entre Francisco e o Patriarca Bartolomeu, passando pelo momento em que o Papa beijou a mão aos sobreviventes do Holocausto, recorde aqui os principais momentos desta peregrinação à Terra Santa.

1 – Um convite inédito

O gesto de Francisco de convidar Mahmoud Abbas e Shimon Peres para irem rezar pela paz, no Vaticano, foi verdadeiramente profético e apanhou o mundo de surpresa. Um Papa a falar de paz não é grande novidade, um Papa a dizer que se deve rezar pela paz muito menos, mas nunca tínhamos visto um Papa a convidar duas pessoas, adversárias e ainda por cima de religiões diferentes, a deslocarem-se do local do conflito para rezarem juntos pela paz.
Este gesto revela duas coisas. Em primeiro lugar uma enorme autoridade moral do Papa, uma vez que o convite não teria sido feito em público se não tivesse sido já aceite em privado. Se a jornada de oração não der em nada não fará nem mais nem menos que a maioria dos outros encontros já promovidos entre israelitas e palestinianos, mas o facto de se realizar, e a forma como foi anunciado, mostra que apesar das suas recentes críticas à Igreja Católica, a ONU ainda tem uma ou duas coisas a aprender com esta instituição. Afinal de contas, que outro líder do mundo poderia ter feito tal desafio?
Em segundo lugar, comprova, se dúvidas houvesse, que estamos perante um Papa que acredita verdadeiramente no poder da oração, como ficou provado já aquando da convocação do dia de oração pela Síria.

2 - Consciência para o mundo inteiro


O Papa com o Rei da Jordânia. Foto: EPA

O Papa fez cerca de 15 intervenções, entre discursos e homilias, durante a sua peregrinação, mas um dos discursos mais marcantes destes dias foi a do Rei Abdullah, da Jordânia, logo na recepção ao Santo Padre em Amã.
Entre outras coisas, o Rei apelidou Francisco de "consciência para o mundo inteiro". Não se deve menosprezar o significado destas palavras, sobretudo vindas de um monarca árabe, cuja legitimidade advém do facto de ser descendente directo de Maomé.

3 – Um abraço a dois pulmões


O Papa e o Patriarca de Constantinopla. Foto: EPA

O encontro entre o Papa e o Patriarca de Constantinopla seria sempre um dos pontos altos desta peregrinação e foi mesmo a ideia que inspirou a viagem. O abraço e as relações estabelecidas entre os dois líderes são de uma importância que não pode ser subestimada.

É preciso ter em conta que o diálogo ecuménico se faz a vários níveis. A comunhão só virá do diálogo doutrinário e esse está nas mãos dos especialistas, cujo trabalho não é de invejar. Mas esse diálogo só é possível porque assenta sobre um ecumenismo de amizade, que está ao alcance de todos, e de que foi dado, novamente, tão bom exemplo do topo da hierarquia.
As imagens não deixam dúvidas. Bartolomeu e Francisco vêem-se como irmãos. Irmãos impedidos de comer do mesmo pão, um facto que justamente os escandaliza. Todos os caminhos podem ser longos, mas o primeiro obstáculo é a falta de vontade de caminhar. Durante 900 anos faltou vontade. Agora já se caminha e sonha-se com o destino e isso já é uma vitória.

4 O muro mudou de lugar

Há dois muros verdadeiramente simbólicos na Terra Santa. Os anteriores Papas sempre fizeram questão de ir ao Muro das Lamentações, salientando dessa forma o vínculo entre cristãos e judeus junto do local mais santo do Judaísmo, tudo o que resta do Templo de Jerusalém.
É verdade que este Papa também lá foi. Mas com a sua paragem não agendada junto ao outro muro, o muro que separa a Palestina de Israel, trocou a ordem de importância dos dois locais e realçou o muro da divisão. Não foi preciso dizer nada. Bastou parar para rezar.
Que dizer sobre este muro? Quem vive longe não pode compreender como esta construção afecta a vida e a dignidade dos palestinianos. Nessa qualidade é uma mancha e sinal de divisão e opressão com cuja destruição todos devem sonhar.

Mas quem critica o muro tende a ignorar um dado importante: os atentados suicidas em Israel praticamente cessaram desde que foi construído. Para os israelitas isso é prova de que o muro cumpre a sua função.
O problema, por isso, não é tanto haver ou não haver muro. O muro é apenas uma extensão da divisão que já existe no coração daqueles dois povos. Enquanto esse muro existir, todo o betão do mundo não passará de uma distracção.
É precisamente este facto que dá importância ao tal encontro de oração que se irá realizar em Roma.

5 – Beija-mão trocado


O Papa e os sobreviventes do Holocausto. Foto: EPA

Tal como o Papa "trocou as voltas" à questão dos muros, também o fez esta segunda-feira de manhã, quando foi ao memorial Yad Vashem. A tradição entre os cristãos é de se beijar a mão ao Papa. Os não cristãos podem não o fazer, mas normalmente inclinam ligeiramente a cabeça enquanto lhe apertam a mão, em sinal de respeito.
Mas quando o Papa foi apresentado aos seis sobreviventes do Holocausto, no memorial, inverteu os papéis e foi ele que se inclinou perante aqueles judeus, beijando-lhes a mão. Como não ver aqui um paralelo com o gesto de Cristo na Última Ceia, de lavar os pés aos seus discípulos? E como não ver também um reconhecimento, por parte de Francisco, de que o facto de terem vivenciado aquele episódio da história da humanidade, torna estes homens e estas mulheres, de alguma forma, sagrados?

6 – Lição para os guardiães do Santo Sepulcro

Francisco e Bartolomeu no Santo Sepulcro. Foto: EPA

O Santo Sepulcro é um lugar de profunda contradição para os cristãos. Antes de mais, é o símbolo máximo do que os une: a crença na morte e ressurreição de Cristo, naquele lugar. Mas por outro lado é sinal visível do pior das divisões. São seis as confissões cristãs que partilham a custódia do complexo e as lutas, mesmo físicas, são frequentes. A situação é tão grave que às vezes é preciso soldados judeus entrarem para separar monges que trocam murros e pontapés e a chave da Igreja está confiada a uma família muçulmana…
É por isso que foi tão importante o gesto ecuménico de Francisco e de Bartolomeu ter lugar ali. Será que a lição foi apreendida por todos os que testemunharam ao vivo?

7 – Estatuto de Jerusalém

Jerusalém tem importância "universal". Foto: EPA

Estas viagens incluem sempre uma gigantesca dose de diplomacia. Cada palavra é medida para se avaliar o seu potencial impacto. No que diz respeito ao conflito israelo-árabe, a posição da Santa Sé é clara, apoiando uma solução de dois estados soberanos, com um estatuto especial para Jerusalém, que garanta o acesso a todos os fiéis. Este estatuto poderia passar ou por uma partilha de soberania entre Palestina e Israel ou mesmo uma soberania internacional, por exemplo. A direita israelita rejeita firmemente abdicar da soberania de Jerusalém.
O Papa não abordou directamente o assunto, mas em pelo menos dois dos seus discursos falou da importância "universal" de Jerusalém e do acesso aos lugares santos. A mensagem, calculada para não tornar-se um incidente diplomático, terá sido bem captada.

8 – Cansaço natural

Com tanto entusiasmo à volta do Papa Francisco, é fácil esquecer-se que ele está a caminho dos 78 anos e, como é público, não goza de uma saúde de ferro. O Papa pareceu cansado nesta viagem, sobretudo no final. Foram três dias, três países, várias viagens e 15 intervenções públicas… quem não ficaria cansado? Mas é bom recordar que o Papa não é de ferro.

9 – Vieram do fim do mundo


Foto: EPA

Quando o Papa foi eleito disse aos fiéis que os cardeais o tinham ido buscar "ao fim do mundo". Quem diria que, pouco mais de um ano depois, seriam três líderes religiosos argentinos a dar o exemplo do diálogo inter-religioso? Embora só tenham aparecido juntamente em público na visita ao Muro das Lamentações (pelo menos de forma mais notória), o abraço entre o Papa Francisco e os seus amigos o rabino Abraham Skorka e o imã Omar Abboud grita mais alto do que qualquer discurso de ocasião a importância da humanidade comum e da amizade que pode transcender divisões de credo, sem as menosprezar.

10 – Cristãos perseguidos

Já era de esperar, mas não deixou de ser impressionante a forma como o Papa falou dos cristãos perseguidos, muitas vezes no contexto em que falava de pessoas afectadas pelas guerras e os conflitos em geral.
O Iraque e a Palestina estiveram em destaque, naturalmente, mas foi a tragédia na Síria que foi mais vezes falada. O Papa nunca disfarçou a sua preocupação pela situação na Síria e os sírios apreciam certamente essa atenção.
No encontro com o Patriarca Bartolomeu, Francisco voltou a uma tema de que já tinha falado antes, o "ecumenismo de sangue".
"Quando cristãos de diferentes confissões se encontram a sofrer juntos, uns ao lado dos outros, e a prestar ajuda uns aos outros com caridade fraterna", disse Francisco, "realiza-se o ecumenismo do sofrimento, realiza-se o ecumenismo do sangue, que possui uma eficácia particular não só para os contextos onde o mesmo tem lugar, mas, em virtude da comunhão dos santos, também para toda a Igreja".

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Papa Francisco e Patriarca Bartolomeu assinam Declaração comum

 Eis o texto integral da Declaração Comum assinada pelo Patriarca Bartolomeu e pelo Papa Francisco, nos 50 anos do encontro de Paulo VI e Atenágoras:

1. Como os nossos venerados predecessores Papa Paulo VI e Patriarca Ecuménico Atenágoras, que se encontraram aqui em Jerusalém há cinquenta anos, também nós – Papa Francisco e Patriarca Ecuménico Bartolomeu – decidimos encontrar-nos na Terra Santa, «onde o nosso Redentor comum, Cristo nosso Senhor, viveu, ensinou, morreu, ressuscitou e subiu aos céus, donde enviou o Espírito Santo sobre a Igreja nascente» (Comunicado comum de Papa Paulo VI e Patriarca Atenágoras, publicado depois do seu encontro de 6 de Janeiro de 1964). O nosso encontro – um novo encontro dos Bispos das Igrejas de Roma e Constantinopla fundadas respectivamente por dois Irmãos, os Apóstolos Pedro e André – é fonte de profunda alegria espiritual para nós. O mesmo proporciona uma ocasião providencial para reflectir sobre a profundidade e a autenticidade dos vínculos existentes entre nós, vínculos esses fruto de um caminho cheio de graça pelo qual o Senhor nos guiou desde aquele abençoado dia de cinquenta anos atrás.

2. O nosso encontro fraterno de hoje é um passo novo e necessário no caminho para a unidade, à qual só o Espírito Santo nos pode levar: a unidade da comunhão na legítima diversidade. Com profunda gratidão, relembramos os passos que o Senhor já nos permitiu realizar. O abraço trocado entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras aqui em Jerusalém, depois de muitos séculos de silêncio, abriu a estrada para um gesto epocal: a remoção da memória e do meio da Igreja dos actos de recíproca excomunhão de 1054. Isso foi seguido por uma troca de visitas entre as respectivas Sés de Roma e de Constantinopla, por uma correspondência regular e, mais tarde, pela decisão anunciada pelo Papa João Paulo II e o Patriarca Dimitrios, ambos de abençoada memória, de se iniciar um diálogo teológico na verdade entre católicos e ortodoxos. Ao longo destes anos, Deus, fonte de toda a paz e amor, ensinou-nos a olhar uns para os outros como membros da mesma família cristã, sob o mesmo Senhor e Salvador Jesus Cristo, e a amar-nos de tal modo uns aos outros que podemos confessar a nossa fé no mesmo Evangelho de Cristo, tal como foi recebida pelos Apóstolos e nos foi expressa e transmitida a nós pelos Concílios Ecuménicos e pelos Padres da Igreja. Embora plenamente conscientes de ainda não ter atingido a meta da plena comunhão, hoje reafirmamos o nosso compromisso de continuar a caminhar juntos rumo à unidade pela qual Cristo nosso Senhor rezou ao Pai pedindo que «todos sejam um só» (Jo 17, 21).

3. Bem cientes de que a unidade se manifesta no amor de Deus e no amor do próximo, olhamos com ansiedade para o dia em que poderemos finalmente participar juntos no banquete eucarístico. Como cristãos, somos chamados a preparar-nos para receber este dom da comunhão eucarística, segundo o ensinamento de Santo Ireneu de Lião (Contra as Heresias, IV, 18, 5: PG 7, 1028), através da confissão de uma só fé, a oração perseverante, a conversão interior, a renovação da vida e o diálogo fraterno. Ao alcançar esta meta esperada, manifestaremos ao mundo o amor de Deus, pelo qual somos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Jesus Cristo (cf. Jo 13, 35).

4. Para tal objectivo, o diálogo teológico realizado pela Comissão Mista Internacional oferece uma contribuição fundamental na busca da plena comunhão entre católicos e ortodoxos. Ao longo dos sucessivos tempos vividos sob os Papas João Paulo II e Bento XVI e o Patriarca Dimitrios, foi substancial o progresso dos nossos encontros teológicos. Hoje exprimimos vivo apreço pelos resultados obtidos até agora, bem como pelos esforços actuais. Não se trata de mero exercício teórico, mas de uma exercitação na verdade e no amor, que exige um conhecimento ainda mais profundo das tradições de cada um para as compreender e aprender com elas. Assim, afirmamos mais uma vez que o diálogo teológico não procura o mínimo denominador comum teológico sobre o qual se possa chegar a um compromisso, mas busca aprofundar o próprio conhecimento da verdade total que Cristo deu à sua Igreja, uma verdade cuja compreensão nunca cessará de crescer se seguirmos as inspirações do Espírito Santo. Por isso, afirmamos conjuntamente que a nossa fidelidade ao Senhor exige um encontro fraterno e um verdadeiro diálogo. Tal busca comum não nos leva para longe da verdade; antes, através de um intercâmbio de dons e sob a guia do Espírito Santo, levar-nos-á para a verdade total (cf. Jo 16, 13).

5. Todavia, apesar de estarmos ainda a caminho para a plena comunhão, já temos o dever de oferecer um testemunho comum do amor de Deus por todas as pessoas, trabalhando em conjunto ao serviço da humanidade, especialmente na defesa da dignidade da pessoa humana em todas as fases da vida e da santidade da família assente no matrimónio, na promoção da paz e do bem comum e dando resposta ao sofrimento que continua a afligir o nosso mundo. Reconhecemos que a fome, a pobreza, o analfabetismo, a distribuição desigual de recursos devem ser constantemente enfrentados. É nosso dever procurar construir juntos uma sociedade justa e humana, onde ninguém se sinta excluído ou marginalizado.

6. É nossa profunda convicção que o futuro da família humana depende também do modo como protegermos – de forma simultaneamente prudente e compassiva, com justiça e equidade – o dom da criação que o nosso Criador nos confiou. Por isso, arrependidos, reconhecemos os injustos maus-tratos ao nosso planeta, o que aos olhos de Deus equivale a um pecado. Reafirmamos a nossa responsabilidade e obrigação de fomentar um sentimento de humildade e moderação, para que todos possam sentir a necessidade de respeitar a criação e protegê-la cuidadosamente. Juntos, prometemos empenhar-nos na sensibilização sobre a salvaguarda da criação; apelamos a todas as pessoas de boa vontade para tomarem em consideração formas de viver menos dispendiosas e mais frugais, manifestando menos ganância e mais generosidade na protecção do mundo de Deus e para benefício do seu povo.

7. Há também urgente necessidade de uma cooperação efectiva e empenhada dos cristãos para salvaguardar, por todo o lado, o direito de exprimir publicamente a própria fé e de ser tratados equitativamente quando promovem aquilo que o cristianismo continua a oferecer à sociedade e à cultura contemporânea. A este propósito, convidamos todos os cristãos a promoverem um diálogo autêntico com o judaísmo, o islamismo e outras tradições religiosas. A indiferença e a ignorância mútua só podem levar à desconfiança e mesmo, infelizmente, ao conflito.

8. Desta cidade santa de Jerusalém, exprimimos a nossa comum e profunda preocupação pela situação dos cristãos no Médio Oriente e o seu direito de permanecerem plenamente cidadãos dos seus países de origem. Confiadamente voltamo-nos para Deus omnipotente e misericordioso, elevando uma oração pela paz na Terra Santa e no Médio Oriente em geral. Rezamos especialmente pelas Igrejas no Egipto, Síria e Iraque, que têm sofrido mais pesadamente por causa dos eventos recentes. Encorajamos todas as Partes, independentemente das próprias convicções religiosas, a continuarem a trabalhar pela reconciliação e o justo reconhecimento dos direitos dos povos. Estamos convencidos de que não são as armas, mas o diálogo, o perdão e a reconciliação, os únicos meios possíveis para alcançar a paz.

9. Num contexto histórico marcado pela violência, a indiferença e o egoísmo, muitos homens e mulheres de hoje sentem que perderam as suas referências. É precisamente através do nosso testemunho comum à boa notícia do Evangelho que seremos capazes de ajudar as pessoas do nosso tempo a redescobrirem o caminho que conduz à verdade, à justiça e à paz. Unidos nos nossos intentos e recordando o exemplo dado há cinquenta anos aqui em Jerusalém pelo Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras, apelamos a todos os cristãos, juntamente com os crentes das diferentes tradições religiosas e todas as pessoas de boa vontade, que reconheçam a urgência deste tempo que nos obriga a buscar a reconciliação e a unidade da família humana, no pleno respeito das legítimas diferenças, para bem de toda a humanidade actual e das gerações futuras.

10. Ao empreendermos esta peregrinação comum até ao lugar onde o nosso e único Senhor Jesus Cristo foi crucificado, sepultado e ressuscitou, humildemente confiamos à intercessão da Santíssima e Sempre Virgem Maria os nossos futuros passos no caminho rumo à plenitude da unidade e entregamos ao amor infinito de Deus toda a família humana.

«O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te favoreça! O Senhor volte para ti a sua face e te dê a paz!» (Nm 6, 25-26).

Jerusalém, 25 de Maio de 2014.
 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

10 e 11 de Maio – 40 h de Adoração ao Santíssimo

João Paulo II - xx


09  de Maio – Igreja do Seixal

21.30 h – Conferência
“João Paulo II e Madre Teresa, modelos de Adoração e defensores da vida”
padre Manuel Morujão


23.00 h – Eucaristia




10 (0h) a 11 de Maio (16h) Igreja do Seixal




40 horas
de
Adoração ao Santíssimo